O juiz Jackson Francisco Coleta Coutinho, da propaganda do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), afirmou que já existe uma preocupação sobre a veiculação de fake news nas eleições deste ano. De acordo com ele, o TRE possui os mecanismos para identificar e punir os mentores do boato e que as fake news serão o grande problema neste ano.
O professor de direito eleitoral Diogo Rais, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, durante o Fórum Nacional sobre “Propaganda eleitoral nas mídias sociais”, que acontece nesta quinta (1) e sexta-feira (2) em Cuiabá, falou sobre as diferenças entre as fake news e sobre os problemas que ela pode causar.
De acordo com o professor Diogo Rais, existem as fake news utulizadas apenas para espalhar boatos, mas também existem as empresas que criam as “notícias”, no intuito de conseguiram muitos acessos e ganharem dinheiro em cima disso.
“Veja, nós temos hoje, o que se pode dizer, um negócio das fake news. Existem as fake news criadas com propósito de perturbação, de poluição, mas existem as fake news criadas com um propósito, que são as chamadas 'caça cliques', que são empresas especializadas em criar notícias fantasiosas, que atraem a atenção de muitas pessoas e com isso ela monetiza, gera riqueza com isso”, disse.
No entanto, ele afirma que os dois tipos de fake news podem prejudicar a sociedade.
“Então existe a própria questão da falsidade, a questão do engano, do engodo, mas também tem o business, tem o negócio por trás disso. Então é importante perceber que é um mundo de possibilidades e que a mentira sempre acaba contribuindo para a desinformação, que prejudica seja na saúde, seja na política, seja na economia, na educação e tudo mais”.
Ele ainda disse que acredita que será cada vez mais comum o surgimento de fake news, já que a tendência é que o número de usuários de internet aumente nos próximos anos, o que deve aumentar o número de acessos.
Rais acredita que nossa sociedade será cada vez mais conectada, com a internet sendo parte fundamental de nossas vidas, e que por isso é necessário saber equilibrar a situação para combater os novos desafios que virão.
Durante o Fórum, o juiz Jackson Coutinho, do TRE, afirmou que acredita que as fake news serão um grande problema nas eleições deste ano.
“Hoje nós estamos trabalhando maciçamente em cima desta problemática, que será o grande divisor de águas da eleição. Para se ter uma ideia, lá nos Estados Unidos ela foi, vamos dizer, 'a cereja do bolo' para que o Donald Trump ganhasse. Eu costumo dizer que 'a palavra dita, a pedra jogada e a mensagem enviada não tem mais volta', e nós vamos identificar e vamos punir”, disse.
De acordo com ele, apesar da dificuldade, a Justiça Eleitoral já possui as ferramentas necessárias para identificar e punir os responsáveis por alguma fake news.
“Hoje nós estamos diante de um problema muito sério e que vem acontecendo em vários países do mundo. Hoje é muito mais fácil você punir, identificar o autor de uma postagem no Facebook ou mensagem enviada, por exemplo, do que você identificar quem foi o autor de um panfleto apócrifo. Mas nós temos estes mecanismos para identificar e punir aquele que foi o mentor da fake news, e se, por exemplo, o candidato tiver prévio conhecimento prévio daquela fake news ele também será punido, de acordo com a legislação eleitoral”, disse Jackson Coutinho.
Ele ainda afirmou que é importante realizar um trabalho de educação digital, para conscientizar os usuários de que toda informação deve ser investigada, que deve-se verificar a fonte antes de propaga-lá e que é preciso garantir a lisura do pleito eleitoral.
OD