A queda de uma aeronave de pequeno porte no Campo de Marte, na zona norte paulistana, deixou um morto no começo da noite deste domingo. Dos sete ocupantes do avião, quatro foram arremessados para fora e três tiveram de ser retirados das ferragens. O piloto não resistiu aos ferimentos. O avião partiu de Videira (SC), a aproximadamente 400 quilômetros de Florianópolis, e pertencia a uma empresa do setor de embalagens plásticas. As causas do acidente ainda serão investigadas.
Uma das vítimas teve trauma de face, com quadro de saúde mais delicado, e foi encaminhada para o Hospital das Clínicas (HC). As outras cinco vítimas, em estado de saúde menos grave, tiveram escoriações e traumatismo cranioencefálico leve. As identidades não foram divulgadas pelo Corpo de Bombeiros. Elas foram encaminhadas para outros hospitais públicos e privados da capital.
Segundo informações preliminares compartilhadas entre pilotos de São Paulo, o avião primeiro voou baixo e depois arremeteu. Ao tentar descer pela terceira vez, a nave teria virado, tocado o solo da pista de pousos e decolagens e houve uma explosão, por causa do combustível. A queda ocorreu por volta das 18 horas.
No total, nove viaturas e 27 agentes dos Bombeiros foram mobilizados para apagar as chamas. “Levamos uma hora para conseguir retirar a vítima das ferragens, pela situação do local”, disse o capitão do Corpo dos Bombeiros, Marcos Palumbo, em referência a uma pessoa em estado grave, que teve trauma de face e foi levada de helicóptero para o HC.
Segundo os Bombeiros, havia o piloto e seis passageiros na aeronave bimotor, modelo King Air C90GTI. Para esse tipo de avião, segundo especialistas, não é necessário copiloto. Conforme as informações no registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o equipamento era de 2008 e tinha situação regular.
O Estado não conseguiu localizar ontem à noite representantes da Videplast, empresa catarinense dona do avião. Segundo o site G1, um dos cinco sócios da empresa, Eliandro Pazin, informou que estavam a bordo os dois fundadores da companhia, Nereu e Geraldo Denardi, que são irmãos; o coordenador da empresa, Aguinaldo Nunes, e o filho de Nereu, de 17 anos. Também estariam Agnaldo Crippa, outro funcionário da Videplast, e Bene Souza. O piloto seria Antonio Traversi.
Apuração
O vigilante Jociélio Alcélio da Silva, de 39 anos, disse que passava perto do Campo de Marte quando ouviu o estrondo. “Levei um susto”, contou. Áudios e relatos de testemunhas, de acordo com o capitão Palumbo, têm sido enviados aos Bombeiros para descrever o momento do acidente.
Por meio de nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que agentes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realizaram ontem ação inicial da ocorrência. Esse é o começo do processo de apuração, que envolve coletar dados, fotografar cenas, retirar partes da aeronave, reunir documentos e ouvir relatos de testemunhas. O objetivo é prevenir novos acidentes semelhantes.
Segundo o consultor em aviação Roberto Peterka, o piloto de outro avião que estava na cabeceira viu a chegada da aeronave da Videplast. O relato indica que o trem de pouso não estava em posição correta. O piloto teria arremetido, explicou Peterka, mas perdeu o controle por baixa velocidade. “A tendência (com a velocidade reduzida) é de uma das asas baixar.”
Segundo ele, o mais provável é que a asa tenha batido no chão e o avião tenha virado. “Mas ainda não se tem como saber a extensão do problema.” O impacto pode ter produzido faíscas e causado a explosão.
Fonte: msn.com