Os estabelecimentos do Jardim Cuiabá estão insatisfeitos com o estacionamento rotativo: “vai arrebentar o comércio da região”

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Foto: Olhar Direto
ALMT TRANSPARENCIA

Comerciantes do Jardim Cuiabá Protestam Contra Estacionamento Rotativo e Mudanças nas Vias

Os comerciantes e empresários do bairro Jardim Cuiabá estão manifestando forte descontentamento em relação às recentes alterações nas ruas da região, especialmente com a implementação do estacionamento rotativo, popularmente conhecido como “faixa azul”. A medida, que visa regular o fluxo de veículos em áreas com alta concentração de clínicas, comércios e hospitais, está gerando preocupações sobre o impacto negativo que pode ter no comércio local.

A empresa responsável, CSI Mobi Cuiabá, do Grupo Simpar, informou que foram criadas 619 vagas de estacionamento rotativo distribuídas por diversas vias do bairro, incluindo as avenidas das Flores e Ramiro de Noronha, e ruas como Girassóis, Hortências, Papoulas, entre outras. No entanto, a reação dos comerciantes tem sido amplamente negativa, com muitos expressando temor sobre uma possível queda no número de clientes.

Em entrevista ao Olhar Direto, Sara Silva, sócia da loja Catarinas Sisters Brechó, relatou que as mudanças nas ruas, implementadas para acomodar os novos estacionamentos, têm gerado confusão entre os clientes, que muitas vezes desistem de visitar o estabelecimento. “As pessoas ficam perdidas e acabam não vindo. Além disso, muitos moradores terão que pagar para estacionar em frente às suas próprias casas, o que é um absurdo”, desabafou.

Outro comerciante afetado é Ezequiel, proprietário da Corrie Moda Fitness. Ele destacou que a instalação das vagas de estacionamento em frente à sua loja poderia ter causado grandes prejuízos, caso não tivesse buscado intervenção junto à empresa responsável. “Essas mudanças vão prejudicar muito o comércio local. Os aluguéis aqui já são altos, e essa medida só beneficia a prefeitura e a empresa que administra o estacionamento”, criticou.

Nayra, dona de uma barraca de açaí na Avenida das Flores, também se sente prejudicada pela nova regulamentação. Ela relatou que, além de pagar uma taxa anual para manter seu trailer legalizado, agora terá que arcar com uma taxa adicional para estacionar o veículo que transporta o trailer. “Falta informação, não há placas indicando o tempo de tolerância para o estacionamento, e isso afasta os clientes. Hoje, não tive um único cliente porque ninguém quer pagar para estacionar”, afirmou.

Telson, que vende churrasco grego no mesmo local, compartilha da mesma insatisfação. Ele teme uma queda significativa no movimento, uma vez que os clientes agora terão que pagar para estacionar por um curto período. “Se o movimento cair muito, vou ter que procurar outro local para trabalhar”, lamentou.

A situação no Jardim Cuiabá reflete a tensão entre o desejo de modernizar e regular o trânsito urbano e a necessidade de manter um ambiente favorável ao comércio local. Enquanto a empresa e a prefeitura defendem a medida como necessária, os comerciantes continuam a lutar por soluções que considerem as particularidades e necessidades do bairro.

 

 

Da Redação com informações do Olhar Direto