Alunos de medicina contestam acusação contra Unemat e afirmam que antecipação de formatura está em andamento

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

Os 31 alunos do sexto ano do curso de medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) de Cáceres contestaram a denúncia publicada pelo Olhar Direto na última quinta-feira (23), que dizia que alguns internos acusavam a universidade de barrar a atuação deles no combate ao coronavírus. Segundo os estudantes, o processo para antecipação da formatura já está em andamento, e a não atuação enquanto alunos seria para preservar a saúde dos mesmos, já que faltam até mesmo equipamentos de proteção individual (EPIs) na linha de frente de combate à pandemia.

Segundo a estudante Lígia Rodrigues de Oliveira Marques, que entrou em contato com o Olhar Direto representando os outros estudantes, a denúncia dos internos “gerou constrangimento”. “Eu faço parte dos 31 internos do sexto ano e da minha turma não há nenhuma reclamação com relação a atuação da universidade. Nos estranhou muito uma pessoa se dizer interno e falar sobre isso dessa maneira. A opinião de uma pessoa, que provavelmente não é da minha sala, pois não é ninguém destes 31 alunos”, afirmou.

Lígia explicou, ainda, que a todo momento a reitoria tem acatado os pedidos dos estudantes que querem antecipar sua formatura, que o pedido inclusive já foi feito, está percorrendo as instâncias responsáveis e provavelmente em cerca de quinze dias deve haver um parecer definitivo.

O trabalho dos alunos antes da formatura, no entanto, não aconteceria para protegê-los. “A atuação em meio à pandemia não tem nada a ver. Isso ainda não está autorizado. É uma coisa que o governo federal fez para as Universidades Federais, isso teria que ser regulamentado pela Secretaria Estadual De Saúde e os alunos deveriam se cadastrar. Os alunos não foram impedidos de se cadastrar. Quem quiser pode se cadastrar, a universidade não tem autonomia para dizer para o aluno se cadastrar ou não, é uma decisão pessoal”, afirma Lígia. “Mas a justificativa de não trabalhar é o decreto estadual e a falta dos EPIs nas unidades de saúde, porque isso colocaria em risco as saúde dos alunos”.

Com a antecipação da formatura, por outro lado, os estudantes tornam-se médicos e, após se inscreverem na Conselho Regional de Medicina (CRM), têm a liberdade de atuar enquanto profissionais. “Mas, enquanto alunos, estamos sob a  tutela do estado, e o estado não pode assumir a segurança de um aluno no campo de trabalho, é um cuidado que a Universidade tem com os alunos”, completou,

Denúncia

A acusação feita por alguns internos ao Olhar Direto era de que alguns alunos de medicina estavam sendo proibidos de atuar no combate ao coronavírus, em Mato Grosso. O aluno afirmou que  quando procurou os preceptores médicos para pedir para estagiar, teriam sido informados de que eles foram “notificados” pela instituição Unemat de que o preceptor que receber alunos está descumprindo ordem direta e será punido.

Universidade

A assessoria de imprensa da universidade explicou que a autorização do MEC (para o trabalho de estudantes) se aplica apenas às unidades federais. No caso da Unemat, a questão precisa ser regulamentada pelo Conselho Estadual de Educação. Informou ainda que já há tratativas neste sentido, porque é desejo também deles que os alunos possam atuar no combate ao coronavírus.

Além disto, foi explicado que os alunos precisam estar no último semestre do curso e ter cumprido 75% do estágio regular obrigatório. Para que os ainda não atingiram esta porcentagem, estão sendo oferecidas modalidades de telemedicina para que, assim que houver a aprovação do conselho, eles possam já atuar.

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