Com prioridade, Paris abrirá caminho olímpico após Tóquio 2020

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Midia News

Acostumadas a receber milhões de turistas todos os anos, Paris e Los Angeles verão o fluxo de pessoas que entram em seu território aumentar consideravelmente nos próximos anos. Afinal, ser sede de uma edição dos Jogos Olímpicos torna a cidade-sede, automaticamente, um atrativo não somente de pessoas como de empresas, certas de que as atenções estarão voltadas para aquela determinada cidade.

Depois de conversas e muitas negociações, Paris receberá os Jogos em 2024, Los Angeles terá a sua vez quatro anos depois. A grande concentração de pessoas acontecerá muito além daquele único mês quando a competição acontece, passando também por competições-teste que costumam acontecer nas cidades-sede no ano ou em meses anteriores ao maior evento esportivo do planeta. A presença das cidades, inicialmente, como concorrentes, se transformou em uma parceria que acabou sendo atraente para todas as partes.

Principalmente para Paris, que ganhou a prioridade e foi escolhida como sede da Olimpíada de 2024. A alta qualidade das propostas aliadas às seguidas desistências de Boston, Hamburgo, Roma e Budapeste, fez com que uma alternativa fosse buscada para que ambas as propostas pudessem ser aproveitadas, não deixando pelo caminho uma possibilidade concreta de realizar os jogos de uma maneira bem-sucedida. “Senhor Bach, o senhor é um visionário”, foram os elogios de Hidalgo ao dirigente da entidade internacional Thomas Bach. 

A prioridade a Paris foi dada em virtude de garantia, que já existia, para que a Cidade Olímpica ficasse pronta em 2024. No ano de 2028, a prefeitura terá perdido a posse do terreno em Saint-Dennis, onde será construída a Vila Olímpica. Os 100 anos após a última presença de Paris na Olimpíada também pesaram.

A cidade se mostra em um caminho mais avançado no que se refere à estrutura, uma vez que já havia se candidatado para receber os Jogos de 2012, que aconteceram em Londres. A decisão fez com que as duas cidades saíssem como vencedoras, agradando todas as partes, entre elas os membros do COI.

Do COI, Paris receberá 1,7 bilhão de dólares (R$ 5,3 bilhões) para organizar os Jogos de 2024, enquanto Los Angeles ganhará o mesmo valor, além de um bônus de 500 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão), totalizando 2,2 bilhões de dólares (R$ 6,9 bilhões).

Primeiro mundo

A estrutura que já existe em ambas as cidades, que estão entre as mais visitadas do mundo, contribuiu para suas escolhas. Muito mais do que os turistas, Paris e Los Angeles receberão amantes de várias modalidades, além de atletas, treinadores, acompanhantes e profissionais de imprensa do mundo todo, fazendo com que a capacidade para atender todos da melhor forma seja um fator de consideração constante por parte dos governantes e organizadores.

A escolha de duas cidades, ao mesmo tempo, chega como uma novidade para o mundo olímpico. Em momentos anteriores, apenas a próxima sede era anunciada sete anos antes do evento. Desta vez, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou as duas próximas sedes com sete e 14 anos de antecedência.


Folga

Assim, o COI ganha tempo para se preocupar com a escolha da Olimpíada de 2032. A decisão foi antecipada, uma vez que estava programada para acontecer somente em setembro, em assembleia internacional em Lima, Peru.

“É uma oportunidade de ouro para o futuro dos Jogos Olímpicos e trará mais estabilidade ao movimento olímpico para os próximos 11 anos”, declarou Bach, o presidente do COI, em coletiva de imprensa que contou com as presenças de Anne Hidalgo, prefeita de Paris, e Eric Garcetti, o prefeito de Los Angeles. 

"Esse é um dia histórico para Los Angeles, os Estados Unidos e para o movimento olímpico e paralímpico. Demos mais um passo decisivo para devolver os Jogos a nossa cidade e começar um novo capítulo na história sem fim de Los Angeles e das Olimpíadas", comemorou Garcietti.

Pela terceira vez

Mesmo já tendo sido sedes da Olimpíada em outras oportunidades, a escolha de Paris e Los Angeles aparece como uma bem-vinda novidade para as duas cidades, principalmente pela distância da última vez em que receberam o evento.

A última vez em que Paris foi sede de uma Olimpíada foi em 1924. Desta forma, a edição dos Jogos de 2024 completará 100 anos da última presença da Cidade-Luz como centro das atenções esportivas de todo o mundo. Em 1900, Paris recebeu a segunda edição de uma Olimpíada, em um período em que modalidades como o cabo de guerra estavam presentes.

Já Los Angeles sediou a Olimpíada em 1932 e também um período mais recente, em 1984. Mesmo assim, muitas mudanças na parte social, econômica e de estrutura das duas cidades (número de leitos e condições do seu transporte, por exemplo) aconteceram de forma considerável desde então. As instalações já existentes nas duas cidades serão aproveitadas nos Jogos Olímpicos.

Dados e informações das Olimpíadas anteriores em Paris e Los Angeles

Olimpíada de 1900 – Paris

Provas de salto em altura, distância e triplo aconteciam sem impulso.

Mulheres participaram dos Jogos pela primeira vez.

Não houve cerimônia de abertura. Presidente da França, Emile Loubet, fez apenas um breve discurso antes das provas da ginástica.

Grande parte dos atletas não recebeu medalhas e sim prêmios como pratos, guarda-chuvas e carteiras. Só foram devidamente premiados em 1912.

Brasil não participou.

Jogos sem juramento, mascote e slogan.


Olimpíada de 1924 – Paris

Número de países subiu de 29 para 44

Foi a partir desta edição que estabeleceu-se a tradição de içar as três bandeiras – do COI, do pais-sede daquela edição e do da edição seguinte.

Brasil participou com 12 atletas (somente paulistas) e não obteve nenhuma medalha. Melhor resultado foi com os irmãos Edmundo e Carlos Castelo Branco, que terminaram na quarta colocação na classe skiff duplo do remo. Os dois remadores se inscreveram por conta própria, o que era permitido na época. Eles não faziam parte da delegação oficial, formada apenas pela equipe do atletismo.

Última vez que o tênis apareceu no programa olímpico até retornar em 1988

Primeiras transmissões radiofônicas ao vivo para a Europa.

Primeiro-ministro francês, Raymond Poincaré, deu instruções ao consulado da França em Berlim para não conceder visto a atletas alemães que desejassem ir a Paris. Apenas um ano antes do inicio dos Jogos, a França tinha decidido invadir o Vale do Ruhr, região que pertencia à Alemanha.

 

Olimpíada de Los Angeles 1932

Dos 1332 atletas, apenas 126 eram mulheres.

Presença da primeira vila olímpica.

Transmissão simultânea de toda a competição por duas estações de rádio.

Brasil teve participação humilhante. O governo brasileiro financiou a viagem dos atletas para Los Angeles em troca de trabalho. Atletas foram obrigados a viajar no cargueiro Itaquicê, junto a 45.000 sacas de café, que eram obrigados a vender durante as paradas do navio, para pagar seus custos. Os que não conseguiram, foram proibidos de participar dos Jogos.

Equipe de pólo aquático do Brasil foi eliminada depois dos atletas agredirem o árbitro da partida em que perderam para a Alemanha.

Uma única mulher na delegação brasileira, a nadadora Maria Lenk (primeira atleta sul-americana a competir numa Olimpíada).

Atletas da prova dos 3.000m foram obrigados a dar mais uma volta no estádio para cruzar a linha de chegada, devido ao erro do fiscal que anunciava a contagem de voltas na pista.

Primeira vez da cerimônia de entrega de medalhas com os atletas em pé num pódio e com as bandeiras de seus países sendo hasteadas na premiação.

Olimpíada de Los Angeles 1984

Competição contou com boicote dos soviéticos, fazendo o mesmo que os norte-americanos haviam feito na edição de 1980 em Moscou.

Os países que boicotaram esta Olimpíada organizaram quase na mesma época uma outra competição de alto nível chamada Jogos da Amizade.

Volta da China à competição após 32 anos de ausência.
 

Pela primeira vez, uma edição dos Jogos foi financiada pela iniciativa privada (McDonald's), mostrando uma alternativa que apareceria nas edições seguintes.

Até então, os Jogos acostumaram-se a ser patrocinados pelos governos. Os jogos foram financiados por patrocínio empresarial, captação de recursos privados e – pela primeira vez nos EUA – acordos com canais de televisão.

O comitê vendeu os direitos de transmissão para o canal ABC por US$ 225 milhões, levantando uma grande quantia muito antes dos jogos. Lucros do evento (US$ 233 milhões) foram repartidos: 60% com comitê dos EUA e o restante com fundação que organizou a competição, a LA84, que continua ativa. Recursos se multiplicaram e foram usadas na construção e reforma de centros esportivos, que atendem 500 mil pessoas por ano.
Pelo fato de ser pioneira nesta ideia, a edição de 1984 é, até hoje, considerada um case de sucesso na história dos Jogos pela ação de marketing implementada. A rede de fast-food prometeu que cada ouro conquistado pelos EUA valia um hambúrguer, enquanto medalhas de prata valeriam uma batata frita e as de bronze um refrigerante. Os EUA conquistaram 83 ouros, 61 pratas e 30 bronzes.

Brasil foi com Com 166 atletas, sendo 145 homens e 21 mulheres e teve um recorde no número de medalhas conquistadas um ouro, cinco pratas e dois bronzes.
Joaquim Cruz foi o único vencedor do país e de quebra estabeleceu novo recorde olímpico nos 800 m rasos.

O norte-americano Carl Lewis foi um dos grandes destaques dos Jogos com quatro medalhas de ouro no atletismo.

 

Fonte        https://www.otempo.com.br/superfc/outros/com-prioridade-paris-abrir%C3%A1-caminho-ol%C3%ADmpico-ap%C3%B3s-t%C3%B3quio-2020-1.1503895

 

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