Padre baleado em local de duplo homicídio afirma que a vítima já havia ajudado a atiradora e relembra o ataque: “cena de terror”

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

O padre José Roberto, que sofreu um duplo homicídio no último domingo (21) em Peixoto de Azevedo, falou pela primeira vez sobre o caso. Em uma entrevista ao Programa Encontro, da TV Globo, o pároco recordou os momentos de pânico e classificou o episódio como uma “verdadeira cena de horror”.

José Roberto contou que Inês Gemelaki teve um encontro amigável com Rui Luiz Borgo, 57, quatro dias antes do trágico evento. Ele disse que a pecuarista e Rui se conheciam há bastante tempo e, inclusive, o contador teria dado apoio à mulher depois que ela perdeu o marido.

“Entrei em contato com uma pessoa que me disse que, na quarta-feira passada, ela esteve no escritório de contabilidade onde Rui estava fazendo a declaração do imposto de renda e o abraçou quando ele saiu”, disse.

Inês e Bruno Gemilaki são os autores do crime. Além de Rui, eles também assassinaram Pilson Pereira da Silva, 65, e feriram José Roberto. Os criminosos foram apoiados pelo atual marido de Inês e pelo irmão dele, Eder Gonçalves. Todos os quatro envolvidos estão presos.

“Uma cena de terror verdadeira”, disse. “As cenas estão se tornando cada vez mais fortes em nossa mente”, disse.

Como ocorreu

O sacerdote relatou que, no dia do crime, foi convidado para almoçar com a família e, durante uma partida de cartas, foi surpreendido pelos disparos.

Às 15 horas, iniciou-se uma partida de canastra. Estavamos na segunda parte do jogo quando escutei os estampidos. “Foi quando Bruno disparou e gritou que era uma vingança contra Inês que tudo teve início”, contou.

Diante da tragédia, José Roberto relatou que estava ao lado do amigo Pilson e que sua camisa estava “envolvida em sangue”.

“Ele caiu ao meu lado, escorreu e encharcou a minha camisa”, relembrou.

José concluiu dizendo que, apesar da tragédia, “perdoa” Inês e seu filho pelo tiro e assassinato dos amigos.

Apesar do que ocorreu, gostaria de perdoar tanto Inês quanto seu filho Bruno. O pecado causa a paralisia das pessoas. Ofereço o sangue derramado por mim para a conversão deles. Em um período de prisão, uma coisa é perdoar e outra é pagar. “Que este tempo seja usado para que eles se convertam”, concluiu.

Relembre

No dia 21 de abril, Inês, Bruno e Eder invadiram uma residência onde estava ocorrendo um aniversário e dispararam contra diversas pessoas.

Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo foram atingidos e morreram no local. O padre José também foi atingido, mas se recupera bem. De acordo com a Polícia Civil, o objetivo principal dos criminosos não foi atingido. Márcio, que é o companheiro de Inês, permaneceu à espera dos companheiros em um carro próximo ao imóvel.

Inês e Bruno, durante a fuga, foram flagrados comprando cervejas em uma conveniência.

O crime teve como motivação a disputa pelo aluguel de um imóvel, avaliado em R$ 59 mil.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto