O juiz Fernando Akio Maeda recebeu denúncia contra Bruna Felski, à época gestante de oito meses, pelo homicídio qualificado de Genuir de Barros, de 67 anos, e Marcelo de Barros, de 37, respectivamente pai e filho, em Terra Nova do Norte (663 km de Cuiabá). O fato aconteceu no mês de outubro de 2022.
João Rodrigues Custódio, que era marido de Bruna, também vai responder por porte ilegal de arma de fogo.
Segundo o magistrado Fernando Akio Maeda, houve provas de materialidade e indícios suficientes para que a denúncia contra Bruna e João fossem recebidas.
O juiz marcou ainda a audiência preliminar para o dia 5 de junho, às 13h, para debater sobre a proposta de transação penal de Rosilda e Valério.
Relembre o caso
À época do crime, Olhar Direto teve acesso ao depoimento de Bruna que contou ter ido até a casa das vítimas para conversar com Genuir sobre o caso entre o marido dela e a filha dele.
Um mês antes, Bruna disse ter feito a mesma tentativa com a mãe da mulher e explicado que a gravidez era de risco, mas ela não teria “dado atenção”, segundo a versão da suspeita.
Agressões e tiros
Bruna contou que o irmão da mulher estava “muito alterado” e que foi agredida por ele com um soco no rosto, além de ter sido jogada no chão. O pai da gestante pegou um facão que estava no carro dele para tentar defender a mulher, mas Marcelo foi para cima dele.
A gestante disse ter se assustado e pegou a arma no carro para se defender. Ela disse que atirou contra Marcelo enquanto ele corria na direção do pai dela. Quando Genuir percebeu que Bruna estava atirando, ele teria ido para cima dela para defender o filho. Foi quando ela atirou nele.
De acordo com Bruna, a amante do marido “pulou em cima dela”, que foi agredida. O pai da gestante então usou o facão de prancha para bater nas nádegas da amante do marido da filha.
Bruna fugiu do local com os pais e no caminho para Colíder, descarregou a arma e jogou a mesma em um rio. A gestante disse ao delegado que estava “cega e desesperada”.
Ela também explicou que nunca fez curso de tiro, mas chegou a praticar duas vezes com o marido. Segundo Bruna, ele não tinha posse, mas a arma tinha registro.