Fonte: Olhar Juridico
O Ministério Público Federal (MPF) detalhou, em denúncia por lavagem de dinheiro contra o secretário de Casa Civil de Mato Grosso, Mauro Carvalho, como a suposta organização criminosa liderada por Eder Moraes levantava recursos, os distribuía e maquiava a origem ilícita.
Hidrapar
O MPF aponta como provável origem do dinheiro supostamente lavado por Mauro Carvalho uma negociação envolvendo Eder Moraes, os advogados Alex Tocantins e Cleber Tocantins e a empresa Hidrapar Engenharia Civil Ltda.
Segundo acusação, o ex-governador Silval Barbosa negociou com Kleber e Alex o pagamento de um precatório, no valor de R$ 19 milhões, devido à empresa Hidrapar. Depois de receber este valor, o escritório Tocantins Advocacia, que representava a empresa, deveria “retornar” parte para Silval e Eder.
Deste valor de R$ 19 milhões transferidos para a conta do escritório, os irmãos Tocantins, orientados por Silval e Eder, realizaram dois depósitos na conta da empresa Globo Fomento, um no valor de R$ 4,750 milhões e outro de R$ 500 mil.
Os depósitos, na quantia global de R$ 5,250 milhões, serviram a título de “retorno” para financiar o grupo político.
Encomind
A empresa Encomind Engenharia e Indústria também é apontada como ponto de origem do dinheiro desviado. Orientada por Eder Moraes, a construtora teria destinado R$ 11 milhões às contas de Junior Mendonça.
Segundo informado, a Encomind também foi beneficiada com pagamento irregular de precatório no montante de R$ 61 milhões. Os R$ 11 milhões destinados a Junior Mendonça seria o “retorno” do precatório.
Segundo a ação do MPF, diante da nítida intenção em repassar a empresa Encomind valor indevido para fins de apropriação de dinheiro público, a única opção existente era um acordo na esfera administrativa, sem homologação judicial e sem qualquer fiscalização de terceiro ou do próprio Poder Judiciário.
O dinheiro a Mauro Carvalho
Segundo o MPF, as empresas de Junior Mendonça que operavam como conta corrente clandestina, destinaram R$ 788 mil a Mauro Carvalho. O valor atualizado ultrapassa R$ 1,3 milhão.
O pagamento foi feito por meio de cheque no valor de R$ 388 mil (13/11/2009); no valor de R$ 42 mil (03/12/2009); cheque no valor de R$ 42 mil (03/12/2009); e cheque no valor de R$ 4,9 (04/01/2010). Juntos, somaram a quantia de R$ 477 mil.
A lavagem
Assim, conforme o órgão ministerial, Mauro Carvalho foi beneficiado recebendo “produto ilícito proveniente dos crimes de corrupção passiva, praticada pelo denunciado Eder de Moraes Dias, e de corrupção ativa, praticada por Kleber Tocantins e Alex Tocantins, bem como dos crimes de operar instituição financeira clandestina, praticados pelo denunciado Eder de Moraes dias e Gércio Marcelino Mendonça Júnior”.
“As operações realizadas pelo colaborador Gércio Marcelino Mendonça júnior, por intermédio de sua instituição financeira clandestina (Comercial Amazônia de Petróleo e Globo Fomento), com o denunciado Mauro Carvalho Júnior serviram para ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade da quantia de R$ 788 mil, proveniente da infração penal antecedente dos crimes contra a Administração Pública e contra o Sistema Financeiro Nacional”.
Outro lado