Silval: esquema bancou quase R$ 100 mi na campanha de 2010

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Marcus Mesquita/MidiaNews
CAMARA VG

Midia News

Em um dos trechos de sua delação premiada, cujo conteúdo já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) revelou ter “irrigado” em aproximadamente R$ 98 milhões as campanhas de diversos políticos do Estado, no ano de 2010.

Na ocasião, ele concorreu ao Governo e afirma ter contribuído com o pagamento de despesas de outros postulantes.

Todos os repasses, conforme o ex-governador, eram oriundos de recebimentos de vantagens indevidas, tais como precatórios com "retorno", concessão de incentivos fiscais a empresas com "retorno", doações de empresários, empréstimos tomados perante factoring e outros empresários, além de empréstimos bancários.

Entre os gastos, Silval listou despesas de sua própria campanha com marketing, gráficas, combustível, horas de voo, pesquisas, transportes, som, assessorias, palanques, cabos eleitorais, locação de veículos e comitês, mobiliário de comitês, além de acordos com partidos.

Justamente nestes acordos partidários é que alega ter “investido” quase R$ 100 milhões, dos quais R$ 80 mi teriam sido pactuados com o Partido Progressista (PP).

Os intermediadores dos pagamentos, segundo Silval, teriam sido os ex-deputados José Riva e Pedro Henry. E os valores seriam destinados a estrutura das campanhas dos candidatos a estadual e federal do partido.

Também foram repassados, segundo o ex-governador, R$ 4 milhões ao deputado Carlos Bazerra (PMDB) e demais candidatos pelo partido naquela eleição.

Ao Partido da República (PR), Silval citou uma ajuda de R$ 4 milhões. “Wellington Fagundes era quem coordenava a estrutura da campanha”, disse o ex-governador.

Outro beneficiado teria sido o Partido dos Trabalhadores (PT). Silval alega ter repassado R$ 1 milhão para o então candidato ao Senado, Carlos Abicalil. O ex-governador disse também que quitou serviços gráficos realizados na campanha do petista.

 

Veja fac-símile da delação:

A ex-senadora Serys teria recebido também R$ 1 milhão. “À época, fiz um acordo com Serys e Luiz Antônio Pagot no sentido de que ele repassaria mais R$ 1 milhão para a candidata”, diz trecho da delação.

Candidatos a deputado estadual e federal pelo PT também teriam sido auxiliados, mas o ex-governador disse não se recordar dos valores.

Ainda entre os repasses, Silval citou R$ 4 milhões destinados ao pagamento de despesas de campanha de candidatos do DEM, cujo valor teria sido entregue ao ex-governador Julio Campos, outros R$ 1,5 milhão para o então candidato a vice-governador Dilceu Dal Bosco, R$ 1 milhão ao deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) e mais R$ 1,5 milhão para candidatos da chamada “frentinha”, sendo coordenador dessa campanha o empresário Baltazar Ulrich.

Também na delação, Silval disse que as declarações de doação de campanha e gastos prestadas à Justiça Eleitoral representam geralmente 1/3 dos recursos efetivamente empregados nas campanhas.

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