Delegado explica fatores em atropelamento na Valley e afirma que condutora podia ter evitado tragédia

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O titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), delegado Christian Cabral, disse em entrevista ao Olhar Direto que vários fatores contribuíram para o trágico acidente em frente à Valley Pub, na avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, em dezembro do ano passado, que culminou no atropelamento de três jovens (dois morreram). Ele concluiu que tudo poderia ter sido evitado pela motorista, que estava em alta velocidade e com a capacidade psicomotora alterada.

 
“Temos uma série de fatores neste caso. Primeiro: os pedestres fazendo travessia em local inapropriado, de forma irregular, dançando sobre as faixas de rolamento, entre outras coisas; segundo: a condutora que estava com a capacidade psicomotora alterada, em alta velocidade e por isso não conseguiu ter a previsibilidade e evitabilidade. Você observa pelas imagens coletadas que vários outros veículos passam pelo local, nos instantes que antecederam o acidente e conseguem evitar”, disse o delegado.
 
Christian também lembrou que as imagens mostram um VW Gol, que fez o necessário e parou na via para aguardar a travessia dos pedestres, mesmo eles estavam em local inapropriado: “A condutora, por estar com a capacidade psicomotora alterada e pela velocidade, não conseguiu prever e nem evitar o acidente, tanto que foi parar mais de 50 metros após o sitio de colisão”.
 
Por enquanto, a acusação contra a motorista é de homicídio culposo [quando não há intenção de matar]. Porém, até o fim da investigação ele poderá também responder por doloso [quando há intenção de matar], já que poderia ter assumido o risco: “A situação se assemelha a do atropelamento do verdureiro, que havia ingerido bebida alcoólica, mas era algo que poderia ter sido evitado”.

Entenda o caso
 
Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, 33 anos, atropelou três pessoas às 5h50 da manhã do dia 23 de dezembro, na avenida Isaac Póvoas, a poucos metros da faixa de pedestre, em frente à Valley Pub. Ela passou por audiência de custódia, pagou R$ 9,5 mil de fiança e foi liberada.
 
Professora substituta da Universidade Federal de Mato Grosso, Rafaela dirigia uma caminhonete Renault Oroch. O atropelamento aconteceu no momento em que o público deixava a casa noturna. De acordo com testemunhas do acidente, o veículo estava em alta velocidade quando colidiu com o trio. Além de bater nas três vítimas, o carro conduzido por Rafaela ainda se chocou com um Gol.
 
O carro só foi parar após o semáforo. Imagens registradas por testemunhas e pela Polícia Civil revelam o estado em que ficou o carro após a colisão. A estudante Myllena de Lacerda Inocencio, de 22 anos morreu no local, Ramon Alcides Viveiros foi resgatado com vida, mas não resistiu e faleceu cinco dias depois.

 

Fonte: Olhar Direto

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