Um ex-padrasto foi preso pela Polícia Civil após abusar sexualmente de uma adolescente e induzir-a a ter um aborto em MT

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Policiais da Delegacia de Sorriso prenderam, nesta sexta-feira (01.03), um homem de 33 anos, que investigava o estupro contra a enteada, além de violar a medida protetiva de se manter afastado da vítima. O investigado foi detido quando chegava para trabalhar numa empresa de agronegócio.

Os policiais do Núcleo de Defesa de Vítimas de Violência Doméstica e Sexual cumpriram ainda um mandado de busca e apreensão de um aparelho celular do investigado, que será apreendido.

Em agosto do ano passado, uma tia da vítima acionou a Delegacia da Mulher em Sinop para denunciar a violência sofrida pelo padrasto, quando ela tinha 13 anos e residia com a família em Sorriso. O estupro resultou em uma gravidez e, ao confirmar a gestação, o investigado obrigou a adolescente a tomar um remédio abortivo, com a permissão da mãe.

Além dos crimes letais cometidos, a vítima também confessou, durante uma escuta especializada realizada em Sinop, que também era privada de alimentos quando via seus irmãos, filhos do casal, recebendo os mesmos alimentos, ao passo que ela assistia. Em uma ocasião, ao pegar um alimento, ela foi agredida fisicamente.

Investigações

A Delegacia de Sorriso instaurou uma investigação e, com base nos dados levantados, constatou-se que a vítima e os filhos dos investigados, todos menores, sofreram danos psicológicos e crises de ansiedade e angústia.

A gravidez foi abortada devido à administração de um medicamento abortivo, adquirido pelo abortado e ministrado pela mãe. A adolescente foi levada para a residência dos avós maternos em outra cidade, sob a alegação de que o padrasto não a suportava. A avó solicitou auxílio psicológico à neta, que relatou os seus episódios de ansiedade e tristeza.

Durante a perícia, foi notado que a menor convivia com o criminoso desde o primeiro ano de vida e, antes de cometer o delito, afetava-o tanto quanto um pai. Além disso, a depoente relatou que o investigante a ameaçou de morte por meio de uma ameaça de morte e de uma ameaça de morte a qualquer momento.

As informações prestadas pela delegada Jéssica Assis demonstram um padrão de comportamento extremamente violento e abusivo por parte do agressor.

Durante a investigação, a adolescente foi submetida a um exame pericial, o qual confirmou o abuso sexual.

Medida de proteção

Em dezembro, quando a medida protetiva imposta à adolescente exigia que o agressor tentasse se aproximar dela, a avó da adolescente acionou a Polícia Civil. A jovem estava em uma bicicleta quando ouviu a voz de uma pessoa chamando-a pelo nome. Ao se deparar com o suspeito, que estava em uma motocicleta.

Ela ficou apavorada e conseguiu se dirigir à escola, onde ligou para a avó, que foi buscar-a. A vítima disse que não parou nem conversou com o suspeito. Apenas se certificou de que não estava sendo seguida e entrou na escola.

A vítima também confessou que a mãe abordou-a por meio de um telefone celular em duas ocasiões – após revelar os abusos e durante a sua visita à delegacia, além de um perfil em uma rede social da empresa onde trabalha. Apesar de ser doloroso, a menor disse que bloqueou a tentativa de contato da mãe.

O inquérito policial aberto na Delegacia de Sorriso tem como objetivo apurar as ações do criminoso sexual, que responde por maus-tratos qualificados e estupro de vulnerável, que se deu pelo resultado da gravidez e praticado pelo padrasto; e a mãe da menor, que também responde pelo estupro de vulnerável por omissão.

A delegada Jéssica Assis representou à 2a Vara Criminal de Sorriso para que o investigado fosse preso preventivamente e as buscas fossem realizadas. A mãe da menor também foi alvo de busca e apreensão, que foram cumpridas nas cidades de Sorriso e Sinop.

 

 

Fonte: Informações/ PJC-MT