Uma moradora de uma ocupação no Contorno Leste descreve a ação da Polícia Militar: “Foi um massacre”

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Foto: Olhar Direto
CAMARA VG

A moradora Maysa Andreatto, de 27 anos, que mora na quarta etapa do loteamento Brasil 21, situado nas proximidades da avenida Contorno Leste, de Cuiabá, notificou a Polícia Militar (PM) durante as ações de desocupação das famílias. De acordo com a articulista, os militares violaram a ordem judicial e, na noite de domingo (10), afrontaram os moradores.

Wilson Santos foi atingido por um disparo de bala de borracha durante a remoção do Contorno Leste.

A decisão que deferiu a reintegração de posse à requerente, a Avida Construtora e Incorporadora S.A., deferiu a data limite para a saída das famílias que moram na região.

Tenho residência no Contorno Leste desde a quarta etapa, quando se iniciou a tentativa de alcançar a dignidade. Há um ano e meio, estamos na quarta etapa, que é a mais recente, e estamos juntos nessa batalha, que, na verdade, foi um massacre. Ontem, eles compareceram em dez veículos, violando a ordem judicial, uma vez que se aproximavam das 20h40. A ordem de execução era para ser cumprida a partir de hoje, após a meia-noite. “Ontem, eles se dirigiram de forma audaciosa, afrontando as pessoas e deixando claro o que iriam fazer hoje”, disse Maysa.

A moradora ressaltou, ainda, que as famílias não têm um lar e foram tratadas de forma desrespeitada, como se fossem animais. A demolição também não é apoiada pelas Secretarias de Assistência Social do Governo e do Município.

“Todos os envolvidos no confronto, em uma manifestação pacífica, foram acuados pelos policiais, inclusive o deputado Wilson Santos, que foi atingido por uma bala de borracha no braço. Ele teria tentado conversar com os policiais, mas os policiais já estavam de posse da arma e das balas de borracha em punho.

De acordo com as palavras da própria autora, houve um massacre por conta da falta de respeito por parte das pessoas e da falta de justiça.

A necessidade de uma residência adequada é uma das principais motivações para a necessidade de uma justiça. Ficamos à mercê, pois não temos para onde ir. As pessoas estão levando as responsabilidades nas costas. A maior população na entrada do Contorno Leste, de acordo com a sua perspetiva, está localizada na entrada do Contorno Leste. A moradora explicou que não houve oferta de nada.

A decisão judicial determinou o fornecimento de caminhões para transportar os pertences pessoais de quem mora no loteamento. No entanto, como Maysa disse, os veículos não foram até o local com essa finalidade, mas sim para retirar os pertences que eles achavam úteis.

Precisamos encontrar um local para nos locomover, uma vez que não teremos assistência nem do Município nem do Governo, que, neste momento, se mostrou contrário à sociedade do loteamento Brasil 21. Os senhores com mais de 80 anos não respeitaram as crianças, que estão em crise. Não apresento isso como uma execução de uma ordem judicial, mas sim como um massacre. “Foi profundamente frustrante ter presenciado aquelas cenas”, disse Maysa Andreatto.

A Polícia deveria ser a responsável por proteger a sociedade, independentemente de qualquer problema com a justiça. Somos seres humanos e merecemos uma nova chance. “Não deveriam ter feito aquilo, eles recarregaram as armas e as pessoas correram sem ter para onde ir, com os olhos incendiados, e as balas de borracha afetaram as pessoas”, concluiu.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto