Advogado investigado por envolvimento com facção criminosa é alvo de operação em Mato Grosso

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foto: reprodução
CAMARA VG

Um advogado de Várzea Grande foi o principal alvo da Operação Patrono do Crime, deflagrada na manhã desta quinta-feira (17) pela Polícia Civil de Mato Grosso. A ação tem como objetivo desarticular um grupo criminoso atuante no estado, ligado ao tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, falsidade ideológica e favorecimento de detentos.

Coordenada pela Delegacia de Apiacás, a operação contou com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), além de unidades policiais de Paranaíta, Alta Floresta e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhou os trabalhos.

Além do advogado, outros quatro detentos — dois homens e duas mulheres — custodiados na Penitenciária Central do Estado (PCE) e no Presídio Ana Maria do Couto, também foram alvos da operação. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão, expedidos pela Vara Única de Apiacás.

Atuação criminosa

As investigações apontam que o advogado não apenas oferecia suporte jurídico aos integrantes da facção, mas também participava diretamente de atividades ilícitas. Entre suas funções estariam a intermediação da venda de armas, recuperação de entorpecentes antes de operações policiais, e a comunicação entre membros presos e em liberdade. Ele também utilizava sua condição profissional para acessar dados de pessoas e verificar se pertenciam a grupos rivais, a mando da organização.

Outro ponto investigado envolve a prática de extorsão: o advogado teria participado da recuperação de veículos furtados ou roubados, exigindo pagamento das vítimas para devolução dos bens.

Histórico de ocorrências

O suspeito já tinha passagens anteriores. Em fevereiro deste ano, foi flagrado tentando entrar na PCE com 1,2 kg de cigarros escondidos no forro do paletó. Em junho de 2023, chegou a ser conduzido para a delegacia por ameaçar um promotor de Justiça durante sessão do Tribunal do Júri, em Lucas do Rio Verde.

Em outro episódio, teria articulado a gravidez de uma detenta na tentativa de obter prisão domiciliar para ela — o pedido foi negado pela Justiça.

Sobre a operação

O nome Patrono do Crime faz referência ao desvirtuamento da função constitucional do advogado, que neste caso utilizava prerrogativas profissionais para favorecer práticas criminosas. A iniciativa integra a Operação Inter Partes, parte do programa Tolerância Zero, promovido pela Polícia Civil em parceria com o Governo de Mato Grosso.

FONTE – RESUMO