“Eu espero que ela enfrente as consequências de seus atos”, afirma o irmão da bombeira que tirou a vida de uma jovem grávida para realizar o parto do bebê

0
28
Foto: Reprodução
CAMARA VG

Irmão de mulher que matou adolescente grávida afirma esperar justiça: “Foi algo premeditado por ela, e só por ela”

O irmão da bombeira civil Nataly Helen Pereira Martins, presa preventivamente após confessar o assassinato da adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, declarou em entrevista nesta terça-feira (15) que espera que a irmã responda integralmente pelo crime. Segundo Cícero Pereira Martins, a revelação do homicídio foi um choque para toda a família.

“Espero que a Justiça faça o que tem que ser feito. A família de Emelly não tem culpa de nada, e a minha também não. Foi algo premeditado por ela, e só por ela”, afirmou.

Cícero contou que estava trabalhando quando recebeu uma ligação da esposa, informando que Nataly, que dizia estar grávida, teria dado à luz em casa. Preocupado, ele deixou o serviço às pressas e levou a irmã até o Hospital e Maternidade Santa Helena, em Cuiabá.

“Eu apoiei ela, porque ela estava segurando uma criança. Ajudei a entrar dentro do carro e encaminhei para o hospital na intenção apenas de prestar socorro”, relatou.

Depois de deixá-la no hospital, Cícero voltou para casa para se trocar. No local, sentiu um forte cheiro de sangue vindo do banheiro, onde encontrou apenas um short sujo. Sem perceber nada incomum além disso, pegou sua roupa de trabalho e saiu novamente. O corpo de Emelly, segundo ele, estava enterrado nos fundos da residência — algo que só seria descoberto no dia seguinte.

No retorno ao local com a Polícia Civil, os agentes encontraram o corpo da adolescente em uma cova rasa no quintal da casa. Cícero foi preso em flagrante, mas liberado ainda naquela noite, após a polícia descartar sua participação no crime. Também foram detidos temporariamente o ex-marido de Nataly, Christian Cebalho, e o cunhado dela, Alédson Oliveira da Silva — ambos igualmente liberados após depoimentos.

Entenda o caso

O crime veio à tona em 12 de março, quando Nataly Helen procurou o Hospital Santa Helena com um recém-nascido nos braços, afirmando que havia dado à luz em casa. A versão levantou suspeitas entre os profissionais da unidade, que notaram a ausência de sinais físicos compatíveis com um parto recente.

Com a insistência da equipe médica, a mulher aceitou passar por exames, que confirmaram que ela não havia engravidado ou dado à luz recentemente. Diante das inconsistências, o hospital acionou as autoridades.

No mesmo dia, a família de Emelly Beatriz registrou o desaparecimento da jovem, que estava grávida de nove meses. Segundo os familiares, ela havia saído de casa, em Várzea Grande, dizendo que buscaria roupas para o bebê em Cuiabá com uma conhecida.

Com a investigação em andamento, Nataly Helen acabou confessando o assassinato. Relatou que atraiu a adolescente até sua casa com a promessa de doações e, lá, cometeu o crime. Afirmou ter retirado o bebê do ventre da vítima com o intuito de criá-lo como seu, mantendo a falsa aparência de uma gravidez recente. De acordo com o depoimento, a mulher desejava aparentar uma nova maternidade, inclusive diante do ex-marido, apesar de já ter três filhos.

O corpo de Emelly foi encontrado enterrado no quintal da casa dos pais de Nataly, em uma cova rasa. A bombeira civil permanece presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.

A defesa de Nataly solicitou à Justiça a realização de um exame de insanidade mental, alegando que possíveis transtornos psicológicos poderiam ter influenciado sua conduta.

A investigação segue em andamento.

 

 

Da Redação com informações do Olhar Direto