Operação Short Code apura campanha difamatória contra diretoria da Unimed Cuiabá; ex-marqueteiro é investigado

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Foto: Reprodução
ALMT

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagrou nesta terça-feira (24) a Operação Short Code, com foco na apuração de um suposto esquema de desinformação direcionado à atual diretoria da Unimed Cuiabá, presidida pelo médico Carlos Bouret. A ação investiga o uso indevido de tecnologia para difamar publicamente os gestores da cooperativa.

Entre os alvos está o ex-marqueteiro da Unimed, Maurício Coelho, ligado ao ex-presidente Rubens de Oliveira. Empresas de marketing digital também estão na mira das autoridades, suspeitas de serem contratadas para realizar disparos anônimos de mensagens SMS com conteúdo calunioso. A estratégia envolvia o uso de “short codes”, números curtos geralmente utilizados por empresas para envio massivo de mensagens, o que dificultava a identificação da origem dos ataques.

As investigações indicam que essas mensagens tinham como alvo os médicos cooperados, direcionando-os a um site hospedado no exterior e assinado com o pseudônimo “Edmond Dantès”, personagem literário associado à vingança. O portal, chamado Instituto Brasil Cooperado (IBC), tem publicado críticas recorrentes à nova gestão da Unimed e, segundo as apurações, foi criado há cerca de 10 meses com esse propósito.

As autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Aparecida de Goiânia (GO), com autorização judicial para acesso a dispositivos eletrônicos e quebra de sigilo de dados. Parte dos disparos de SMS foi rastreada a plataformas como Infobip, MaxxMobi, Ótima Technology e MEX10 Digital. Uma das movimentações financeiras identificadas aponta o pagamento de R$ 1,8 milhão a Maurício Coelho, feito um dia antes da eleição da atual diretoria, em março de 2023.

O grupo suspeito de arquitetar a campanha é vinculado à antiga gestão da cooperativa, incluindo o ex-presidente Rubens de Oliveira e o ex-CEO Eroaldo de Oliveira. Ambos também são investigados em outro inquérito, referente a um prejuízo financeiro estimado em R$ 400 milhões nas contas da cooperativa, objeto da Operação Bilanz, deflagrada anteriormente.

A Operação Short Code contou com o apoio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) de Goiás e da Coordenadoria de Enfrentamento ao Crime Organizado da Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público e o Poder Judiciário.

FONTE – RESUMO