Tia que causou acidente com morte de bebê em estacionamento da ALMT é indiciada por homicídio culposo
A mulher que atingiu uma placa metálica e causou a morte da sobrinha de apenas 10 meses foi indiciada por homicídio culposo. O acidente ocorreu no estacionamento externo da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), no último dia 11. A informação foi confirmada pelo delegado Claudinei Lopes, responsável pela investigação.
Além da morte da bebê, o irmão da criança, de 12 anos, também ficou ferido no acidente.
Condições do acidente
De acordo com o delegado, a suspeita, identificada pelas iniciais C.A.M., possuía apenas a Permissão para Dirigir (PPD), conhecida como carteira provisória, e não a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) definitiva. Ela dirigia um VW Gol e estava acompanhada da irmã e dos dois sobrinhos no momento do acidente.
Segundo a investigação, C.A.M. pediu que a irmã e as crianças saíssem do veículo para facilitar uma manobra no estacionamento. No entanto, ao tentar dar marcha à ré, a motorista perdeu o controle do carro, colidindo com uma placa metálica. O impacto fez a estrutura cair sobre o menino, que segurava a bebê no colo. A criança sofreu traumatismo craniano e morreu no local, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O menino de 12 anos sofreu lesões no rosto e na cabeça e foi encaminhado ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Ele recebeu alta médica dias depois.
Delegado aponta imprudência e imperícia
O delegado Claudinei Lopes explicou que a conduta da motorista configurou crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, conforme o artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro. Ele destacou dois fatores principais: imprudência e imperícia.
“Ela agiu com imprudência porque, mesmo com a permissão para dirigir, não possuía a prática necessária para conduzir em uma capital movimentada como Cuiabá. Já a imperícia ficou evidente quando ela pediu para que a irmã e os sobrinhos saíssem do carro, acreditando que a manobra seria facilitada com o veículo mais leve“, afirmou Lopes.
Testemunhas e novos depoimentos
C.A.M. prestou depoimento no dia 13 e confirmou as circunstâncias do acidente. Um bombeiro que estava no local relatou que tentou reanimar a bebê, mas ela não resistiu. Ele também relatou que o Samu foi acionado, mas a criança já estava sem vida quando a equipe chegou.
O delegado ainda aguarda o depoimento da mãe das crianças, que deverá ocorrer após ela se recuperar do trauma. Lopes também avalia a possibilidade de indiciar a motorista por lesão corporal culposa em relação ao sobrinho, caso os pais decidam representá-la criminalmente.
“Temos todos os elementos para o indiciamento. Além do homicídio culposo, ela poderá responder por lesão corporal culposa, dependendo da decisão dos responsáveis pela criança ferida“, concluiu o delegado.