Vigilante repassou informações a quadrilha morta em tiroteio no Atacadão: “é mamão com açúcar”

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Fonte: Olhar Direto

A vigilante Laura Virgínia Carvalho, 39 anos, presa preventivamente nesta quarta-feira (23), durante operação da criminosos envolvidos na tentativa de roubo, no supermercado Atacadão, ocorrido em maio de 2019, era a responsável por repassar informações privilegiadas para os bandidos. Em dado momento, a acusada chegou a dizer que a ação seria “mamão com açúcar”. No dia do fato, três dos integrantes do grupo acabaram mortos. Quem ‘entregou’ a participação dela foi a mulher de um dos comparsas.

“No dia dos fatos houve a denuncia por parte da esposa de um dos criminosos mortos. Fizemos um trabalho, que foi demorado, pois era necessário um cuidado redobrado. Estudamos tentativas anteriores em uma farmácia, no Extra da Miguel Sutil. São diversas ações que eles tentaram antes de ir para o Atacadão”, explicou a delegada Juliana Palhares, da GCCO.

Segundo as informações coletamos pela polícia junto a empresa Brinks, Laura não tinha nenhum tipo de desvio de conduta. “Ela é uma vigilante, trabalha com segurança, tínhamos que ter certeza da participação dela. Hoje, afirmamos que ela foi o elo principal destas ações. Repassava informações sigilosas, fotografias, como era o procedimento operacional, entre outras coisas. Tudo era repassado em tempo real aos contatos”.

O papel dela dentro do grupo era visto como vital para que as ações acontecessem. A GCCO ainda apurou que ela receberia uma porcentagem do valor conseguido com os roubos. Porém, não foi possível estimar uma quantidade. Vale lembrar que no caso do Atacadão o assalto foi frustrado.

“Comprovamos a ligação efetiva com um dos envolvidos, que está vivo e é alvo da operação. É um relacionamento de conversa. Penso que por serem moradores da mesma região, se conhecem há algum tempo. Ele é conhecido da GCCO, já foi preso por nós. Temos certeza deste vínculo”, acrescentou a delegada.

Por fim, a delegada ainda revela o tamanho da confiança que havia nas ações do grupo. “Temos convicção da participação da vigilante nesta e em outras ações, das quais ela repassava as informações. Em dado momento, ela até utiliza a seguinte expressão: ‘é mamão com açúcar’”.

As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) comprovaram que a vigilante que aparece caindo abraçada junto a um dos suspeitos na tentativa de assalto a um carro-forte no supermercado Atacadão, no bairro Tijucal, em Cuiabá, no dia 10 de maio de 2019, estava envolvida no crime.

Ainda no dia dos fatos, foi aventada a possível participação de uma vigilante da própria empresa Brinks, sendo o seu envolvimento apontado pela esposa de um dos criminosos mortos na ação.

Ainda há época dos crimes, o delegado Flávio Stringueta, coordenador da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, disse ter convicção do envolvimento da vigilante no crime.

Quando dos fatos, o delegado disse que  imagens das câmeras de segurança iam em desencontro com as informações de que a segurança seria suspeita, porque, segundo o que apurou, ela deveria ter sido feita refém durante a ação.

Um dos alvos da operação deflagrada nesta quarta-feira (23) para prender três envolvidos já se encontrava preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá, bem como dois mandados de busca e apreensão.

Os presos serão interrogados na GCCO e o inquérito policial finalizado em dez dias.

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