Fonte: Olhar Direto
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), Alexandre Bustamante, não crê que a ordem para matar o Edson Gonçalves de Jesus, conhecido como ‘Disson’, de 46 anos, considerado um dos maiores traficantes de drogas do bairro Pedregal e região, tenha partido de Sandro Louco, de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Segundo ele, o trabalho para conter a entrada de celulares e baterias na unidade é diário, mas muito difícil de ser feito, já que as apreensões acontecem quase todos os dias.
Porém, questionado a respeito dos áudios que circulam em aplicativos de mensagem, que apontam que Sandro da Silva Rabelo, conhecido como Sandro Louco, principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, seria o mandante do crime, ele disse que é preciso levar tudo em consideração.
“Nós temos um delegado designado para presidir o inquérito. Não sei se ele vai levar em conta [os áudios], se fosse eu, levaria”, limitou-se a dizer o secretário.
Bustamante ainda fez questão de lembrar que, desde que foi deflagrada a ‘Operação Agente Douglas’ dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), não há mais tomadas dentro das celas, o que dificulta o uso do celular por parte dos reeducandos. Porém, os policiais penais ainda têm que lidar com a entrada de baterias carregadas, que são levadas para dentro da unidade.
“Estamos tentando de tudo, não é fácil no presídio. Estamos colocando telas passarinheiras de todo lado, porque todo dia praticamente tem apreensão por drone. Eles sobem o equipamento em uma altura em que não é possível nem enxergar, depois descem por fio”, explicou o secretário.
Questionado sobre a unidade ideal de segurança e se seria necessário um presídio de segurança extrema, Bustamante comentou que “a primeira coisa que temos que fazer é dar uma cama para cada preso, separar condenado de provisório, determinados tipos de delitos em uma ala especial e temos apenas condição de fazer isto com vagas. Por isso esta criação de quatro mil vagas vai nos permitir separar o joio do trigo”.
Morte de traficante
Em áudios que circulam em aplicativos de mensagem, Sandro da Silva Rabelo, conhecido como Sandro Louco, principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, é apontado como o mandante do assassinato de Edson Gonçalves de Jeus, conhecido como ‘Disson’, um dos maiores traficantes de drogas do bairro Pedregal e região, na sexta-feira (23). No entanto, a hipótese será investigada pela Polícia Civil.
De acordo com a gravação, na noite de quinta-feira (22), Edson teria batido no carro do filho de um pastor evangélico, muito estimado pelos moradores do bairro Pedregal. Após isso, o criminoso teria iniciado uma discussão e quebrado uma garrafa de Whisky na cabeça do dono do carro.
O pastor tentou intervir, mas foi ameaçado pelo traficante. Preocupado com a situação, o líder religioso comentou sobre o ocorrido com uma amiga, que entrou em contato com outros dois homens do Comando Vermelho, ‘Melancia’ e ‘Torto’, conhecidos por manter a ‘disciplina’ na facção.
A situação foi repassada a outros membros do Comando Vermelho, chegando aos ouvidos de Sandro Louco, que atualmente cumpre pena na Penitenciária Central do Estado. Sendo o principal líder da facção, Sandro teria ordenado a morte de Disson.
Melancia e Torto teriam então dado início às buscas pelo traficante, localizando-o no início da tarde de sexta-feira (23). O traficante, que não integrava o Comando Vermelho, foi morto a tiros.
O caso
Edson Gonçalves de Jesus, conhecido como ‘Disson’, de 46 anos, foi executado a tiros, no bairro Renascer, em Cuiabá. Segundo informações preliminares, Edson estava em um veículo Pajero quando foi atingido pelos tiros. Logo depois, ele colidiu com um Renault estacionado na calçada. O homem não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Sandro Louco
Sandro Louco possui diversas condenações e a soma das penas ultrapassa 200 anos de reclusão. Antes de ser recambiado para Cuiabá, ele cumpria pena na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Catanduvas (PR) e é apontado como um dos integrantes da organização criminosa Comando Vermelho.
A primeira prisão de Sandro Louco ocorreu em 2000, após assaltar um banco em Várzea Grande. Enquanto preso, ele conseguiu fugir pelo menos quatro vezes e ainda liderou uma rebelião em Água Boa.
Dentre os crimes cometidos por Sandro Louco estão: latrocínio, roubo a banco, homicídio, sequestro e formação de quadrilha. As penas, somadas, ultrapassam os 200 anos de reclusão. Em 2017, ele foi o primeiro réu a participar de um júri popular por videoconferência em Mato Grosso.