O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, garantiu que o estado de Mato Grosso não irá passar pelo mesmo problema enfrentado por Manaus, capital do Amazonas, e também por cidades do Pará, onde falta oxigênio nos hospitais e muitas pessoas já morreram asfixiadas. Segundo Carvalho, a Secretaria de Saúde já garantiu junto aos fornecedores o abastecimento de hospitais públicos e privados.
“Quando eu tomei conhecimento pela mídia sobre o estado crítico da cidade de Manaus, o estado do Amazonas, eu no mesmo momento liguei para o secretário de saúde Gilberto Figueiredo para entender como estava nossa situação com relação a oxigênio para o estado de Mato Grosso. O secretário Gilberto já tinha se antecipado, já tinha conversado com todos os nossos fornecedores, nós estamos com os estoques abastecidos no Hospital Metropolitano, em todos os pólos, em todos os hospitais regionais”, garantiu, em entrevista à Rádio CBN na manhã desta quarta-feira (20).
Segundo o secretário, Gilberto Figueiredo, que está à frente da pasta da saúde, já garantiu com os fornecedores que o abastecimento seja contínuo. “O Gilberto fez contato com todos os fornecedores do estado, todos garantiram o fornecimento normal de oxigênio para as unidades de saúde, seja ela pública ou seja ela privada. Então, logicamente, de forma nenhuma iríamos passar uma informação para a sociedade que não fosse verdadeira. Nós não corremos o risco que Manaus está correndo. Nós estamos com abastecimento garantido, com os estoques garantidos, e o risco de faltar oxigênio em Mato Grosso é zero em função dessa reunião que o Gilberto fez com todos os fornecedores”, afirmou.
Apesar da afirmativa, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde afirmou ao Olhar Direto que não sabe informar exatamente quantos cilindros de oxigênio estão em estoque. O pedido desta informação foi feito na última sexta-feira (15), e no sábado (16) a resposta foi:
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informa que o estoque de oxigênio nas unidades hospitalares estaduais está dentro da normalidade para atender a demanda existente. O setor está levantando os dados mais específicos questionados. Assim que recebermos um retorno, entro em contato.
Depois deste dia, não houve mais retorno com as informações pedidas.
Pandemia em crescimento
Mesmo com a afirmativa de que não há probabilidade de falta de oxigênio, o próprio Gilberto já afirmou, anteriormente, que não há como garantir que não irão faltar leitos. Segundo ele, é impossível que o sistema de saúde implante UTIs na mesma medida de crescimento de casos de Covid-19 que requerem internação. Por este motivo, a única saída é continuar seguindo as medidas de biossegurança para evitar a contaminação.
Mauro Carvalho também chamou atenção para o problema, principalmente entre os jovens, e afirmou que o novo decreto do Governo do Estado, com mais medidas restritivas, se fez necessário diante da irresponsabilidade. “Temos que ter uma responsabilidade muito grande. E a gente tem visto, quando a gente fala de eventos, para vocês terem uma ideia, nós inauguramos aquele asfalto para o Coxipó do Ouro… o Coxipó do Ouro sexta, sábado e domingo as festas começavam 11 horas da noite e terminavam 8 da manhã. Você via os vídeos, as fotos, de 1000, 1500 pessoas, não via um jovem com máscara. Eu não sei, parece que o jovem acha (…), tem um constrangimento em usar a máscara nos eventos que eles participam”, lamentou.
Segundo Carvalho, o novo decreto proíbe apenas eventos com mais de cem pessoas e que não sigam as normas de biossegurança, mas que haverá fiscalização. “Bares, restaurantes, congêneres, também podem funcionar com 50% da sua capacidade. Mas por Cuiabá, o próprio estado de Mato Grosso ser muito quente, com temperaturas extremamente altas, as pessoas acabam, dentro do estabelecimento, ocupando 50% de seu espaço, mas as calçadas, logradouros, acabam com muita gente se movimentando. Isso também nós vamos atuar, não vamos permitir. Está comprovado que as eleições, as festas de final de ano como Natal e réveillon teve impacto significativo nos casos de Covid-19 no estado de Mato Grosso. Então nada mais justo que o governo fazer esse decreto. Logicamente que os prefeitos têm sua autonomia até de ser mais rígidos com relação a esse decreto, e as foças de segurança vão dar total apoio ao cumprimento desse decreto”, disse.
Fonte : Olhar Direto – Isabela Mercuri