Depois da votação que manteve o veto do governador Mauro Mendes (DEM) ao Projeto de Lei Complementar nº 36, na última semana, iniciou-se uma “caça às bruxas” para descobrir quem tinha mudado de lado na votação, que foi secreta. Nesta sexta-feira (12), o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) disse à imprensa que apresentará um novo Projeto de Lei com a proposta de acabar com o voto secreto.
“Eu acho que esse episódio foi muito emblemático, já está na hora de acabar com o voto secreto, passou da hora. Fica aqui uma dúvida sobre todos os deputados, uma farra de fake news, e os deputados se desprestigiando, perdendo credibilidade”, lamentou o tucano. “Já elaborei dois projetos, uma emenda à Constituição do Estado, porque a constituição trata também do tipo de votação e no regimento interno da casa. Já estou com os dois projetos em mãos aqui, e na primeira sessão da semana que vem estarei apresentando e vou pedir o regime de urgência urgentíssima para apreciação das duas matérias”.
Segundo o parlamentar, ele não consultou ninguém além de suas “três décadas de vida pública” para fazer esta escolha. “A população quer transparência e como dizia o ex-governador Taques, o melhor detergente é a luz do sol. Quando as votações foram abertas, não houve polêmica, essa matéria foi três vezes votada aqui, não foi a primeira vez. Nas duas vezes anteriores nunca houve fake news, nunca houve problema. Porque os deputados votaram abertamente, os que quiseram usar a palavra usaram a palavra, usaram a tribuna, colocaram seus vídeos nas suas redes sociais, não houve nenhuma polemica. Foi só vir a votação secreta que gerou toda essa celeuma, mas tem solução. Tem saída: o fim do voto secreto”, completou.
Na primeira votação do projeto, em setembro de 2020, com 13 votos favoráveis. Em dezembro, na segunda votação, a aprovação foi por unanimidade. No entanto, o governador Mauro Mendes vetou o projeto. Na votação para derrubada ou manutenção do veto, foram por 12 votos pela manutenção, a 11, pela derrubada. Como o voto foi secreto, não se sabe quem “mudou de lado”.
Wilson, inclusive, foi um dos “suspeitos” de ter votado contra os servidores, o que ele nega. “Eu tenho histórico sobre essa matéria. Desde 2003 essa matéria corta minha vida. Eu era deputado federal em 2003 quando o presidente Lula encaminhou uma PEC ao Congresso Nacional taxando os inativos, e acabou sendo aprovado, eu votei contra. Depois fui prefeito de Cuiabá, por cinco anos e três meses, eu não deixei descontar, não permiti o desconto da contribuição previdenciária tanto para aposentados quanto para inativos, pensionistas. E agora na Assembleia essa matéria foi votada três vezes. Duas vezes aberta, nas duas vezes eu votei com os servidores. E nessa terceira vez, porque foi secreta, criou-se toda essa problemática. Então para pôr um ponto final na dúvida, vamos abrir o voto e voltar a ser um voto transparente, aberto, para tudo aqui na Assembleia”, garantiu.
Fonte: Olhar Dioreto – Isabela Mercuri