Trabalhadores da campanha de vacinação relatam casos de humilhações e agressões verbais

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Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Mais de 300 profissionais da Secretaria Municipal de Saúde trabalham na campanha “Vacina Cuiabá – Sua Vida em Primeiro Lugar” para  imunizar a população acima dos 18 anos na capital.  A atuação é realizada de segunda a sábado, sempre respaldada pelo comprometimento e dedicação, mas mesmo assim, a Prefeitura de Cuiabá registra diariamente casos de agressões verbais contra os profissionais e ameaças físicas.

Os motivos são os mais variados: pessoas que não aceitam receber a vacina que está disponível para aplicação no dia, cidadãos que acham que não foram vacinados e de pessoas que vão aos polos sem a documentação necessária e não aceitam receber a informação.

A coordenadora de acolhimento e registro da Secretaria de Saúde, Vera Lucia Ferreira, relata que enfrenta diariamente várias situações complicadas. Recorda-se de  um episódio recente. “Quando  o cidadão soube que a vacina que  receberia era a Coronavac, se exaltou. Falou que essa vacina era uma “porcaria”, relata a profissional. Ainda sobre o mesmo caso, não satisfeito, o cidadão ainda proferiu palavras de baixo calão contra a equipe denegrindo os profissionais.

Vera conta ainda que o caso de uma mulher que reclamou muito quando soube que receberia uma vacina de uma marca distinta a de que suas amigas receberam e passou a resistir à vacinação.  Após reclamar muito na tentativa de ‘mudar’ a marca da vacina, foi embora do polo.

Uma das vacinadoras, que preferiu não se identificar, passou por situações desagradáveis duas vezes seguidas. “Apliquei uma vacina em uma pessoa e ela saiu reclamando que iria fazer uma denuncia na Ouvidoria porque ela não sentiu dor e nem saiu sangue. Logo em seguida, apliquei a vacina em outra pessoa, que disse que ia fazer uma reclamação também na Ouvidoria porque sentiu dor”, contou a vacinadora.

Outra situação complicada aconteceu na última semana no polo da UFMT. “Solicitamos o QR Code para o rapaz, mas ele não tinha. Explicamos,  com a maior educação, sobre a necessidade, mas ele continuou insistindo. No final, passou a nos agredir verbalmente. É humilhante, ainda mais sabendo que a pessoa está errada, disse a coordenadora do polo de vacinação da UFMT, Welignem Leite.

Ainda conforme Vera, são vários os relatos de desacatos. “O Sesi Papa é um dos locais onde mais as pessoas chegam nervosas, principalmente quando tem bastante gente na fila para ser vacinada. A coordenadora de lá precisou fazer boletim de ocorrência algumas vezes para se resguardar. Nós pedimos,  encarecidamente, que as pessoas entendam que estamos aqui para trabalhar, para imunizar toda a população. Entendemos que muita gente chega ansiosa para ser vacinada, mas nós precisamos seguir os trâmites para conseguirmos ter uma organização. Nós, trabalhadores da vacinação, também somos cidadãos iguais aos outros, também temos família, ficamos cansados, como qualquer pessoa. Mas estamos aqui firmes e fortes, trabalhando”.

Penalidade:

O desacato a funcionário público no exercício da função ou em razão dela é crime previsto no artigo 331 do Código Penal, com detenção de seis meses a dois anos, ou multa.

Fonte: Prefeitura de Cuiabá

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