Documentário sobre Mestre Bolinha estreia na próxima semana no Cine Teatro

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Reprodução
CAMARA VG

O documentário “Mestre Bolinha”, dirigido por Meire Pinheiro, estreia na próxima quarta-feira (27.10), no Cine Teatro Cuiabá, a partir das 19h. Kanoa de Prata, última banda em que João Batista Jesus da Silva, realizará uma apresentação especial antes da exibição do documentário, com repertório todo dedicado ao rasqueado cuiabano.

A obra biográfica vai exibir a história de um dos mais representativos artistas da cultura popular de Mato Grosso, que vai além da carreira artística bem-sucedida. O documentário de aproximadamente 1h38 conta com material inédito, homenagens e depoimentos de pessoas ligadas ao saxofonista.

“Vou contar de quando ele nasceu, quando começou a trabalhar, suas produções, os amigos que teve, as festas de santo, vou até o final da vida dele. A gente quer apresentar esse Bolinha, o João”, diz Meire Pinheiro, cineasta e proponente do projeto, que dividiu, como cantora por quase uma década, os palcos com Bolinha.

A entrada será um litro de leite e o evento seguirá todos os protocolos de biosegurança como uso obrigatório de máscara, aferição de temperatura, regras de distanciamento e disponibilizará álcool em gel para o público.

O projeto foi um dos selecionados no edital Mestres da Cultura, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), com incentivo da Lei Aldir Blanc.

Trajetória

Esse ilustre personagem da cultura mato-grossense nasceu em 1940, em Cuiabá. Filho do músico José Albertino da Silva – o Mestre Albertino – e da dona Enedina Fernandes da Silva, Bolinha era ensinado em casa a valorizar a cultura.

“Essa paixão dele pela música é uma coisa que vem de berço, tem toda uma trajetória de vida que está ligada à musicalidade”, diz Francisco das Chagas Rocha, escritor e memorialista.

Durante sua trajetória, Bolinha integrou muitas bandas, entre elas a primeira de rock cuiabano “Jacildo e Seus Rapazes”, com a qual teve projeção nacional. Acompanhou também inúmeros cantores nacionais de peso, como Roberto Carlos, Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves.

Mestre Bolinha regeu por 35 anos a banda da então Escola Técnica Federal de Mato Grosso (ETFMT). Após se aposentar na função, passou a atuar mais ativamente no movimento musical regional. É considerado um dos responsáveis pela retomada e valorização do rasqueado cuiabano.

O projeto rendeu muitas descobertas, entre elas a vasta diversidade performática do músico. “Eu não sabia que ele tocava tantos instrumentos assim, só de sopro eles [os entrevistados] falaram uns quatro ou cinco”, comenta.

No dia 5 de agosto de 2019, aos 79 anos, o instrumentista aposentou o seu e passou a entoar suas melodias apenas nas lembranças de quem ficou. Bolinha se foi e deixou a esposa, a filha e uma legião de amigos e admiradores.

“Acho que a gente não vai ter um cara como ele nessa geração. Falo isso por causa da visão que ele tinha da história, da religião, da tradição. Ele fazia questão de colocar esse sax raiz”, recorda Meire.

Fonte: Olhar Conceito

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