Chapada dos Guimarães se candidata ao posto de Geoparque da UNESCO

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Com o apoio de pesquisadores, parlamentares e da sociedade civil, o município de Chapada dos Guimarães (70 km de Cuiabá) se mobilizou em uma candidatura para se tornar um dos Geoparques Globais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Em setembro, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) debateu a geodiversidade e geoturismo no Projeto Geoparque da cidade, importante passo para conseguir o título global.

Na audiência pública participaram deputados estaduais, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e representantes do município, onde foi apresentado parte de um dossiê acerca das riquezas naturais da cidade. A audiência foi seguida de uma reunião entre a equipe do Projeto Geoparque e a prefeitura do município.

Segundo a professora da UFMT Flávia Santos o relatório produzido pela universidade e pelo IFMT apresenta um inventário de várias áreas científicas sobre a geologia, biodiversidade, clima, relevo, arqueologia e história, onde foram estabelecidos 28 geossítios com potencial para serem trabalhados.

Para Caiubi Kuhn, professor da UFMT e Diretor da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO), a proposta do Geoparque contribui para o fomento à educação, a proteção de locais com relevância para a ciência e para a geração de emprego e renda, por meio do fortalecimento do geoturismo e artesanatos locais.

Daniel Martins, professor do IFMT, afirmou que o Geoparque é uma oportunidade de ampliar o turismo para o centro-oeste. “É necessário que tenha a união de políticas públicas entre o poder público municipal, estadual e federal, com o Ministério do Turismo, e a vontade do chapadense e dos empreendedores do município”.

A professora do IFMT, Ângela Carrión, ressalta que o inventário produzido pelas instituições é um importante passo para que seja apresentada à candidatura a UNESCO.

O prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (MDB), destacou a importância de debater com a população de Chapada dos Guimarães e definir o produto turístico do município já que a região possui uma beleza encantadora das formações rochosas, lembranças dos dinossauros e dos fósseis, rica fauna e flora, rios e cachoeiras, neblina e a riqueza do parque nacional. “É uma oportunidade de visitar um museu e relembrar essa história”, afirma.

Para o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), o Projeto Geoparque de Chapada dos Guimarães leva tempo, mas já teve avanços importantes como a instalação da câmara setorial temática que tratou sobre o tema e, a partir daí, foi possível avançar no inventário, que agora exige o envolvimento total da população de Chapada dos Guimarães para conseguir alcançar o título UNESCO.

O deputado Allan Kardec (PDT) também valorizou o trabalho realizado pelos pesquisadores e pontuou quais devem ser os próximos passos no desenvolvimento do Geoparque.

“Em dezembro teremos um dia de campo em Chapada dos Guimarães aonde iremos nos principais geossítios e, ao final desse dia, faremos uma audiência pública com a participação da população chapadense. Acredito que em 2022 teremos condições de começar a pleitear a saída da aspirância do Geoparque, para o reconhecimento do Geoparque de Chapada dos Guimarães pela UNESCO”.

Sobre o Geoparque da UNESCO

Os Geoparques Globais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) são áreas geográficas unificadas, onde locais e paisagens de importância geológica internacional são gerenciados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.

O conceito de Geoparque vem avançando desde 2004 quando foi criada a Rede Mundial de Geoparques e, a cada ano, tem se tornado mais popular. Atualmente, existem 169 Geoparques Globais da UNESCO, em 44 países, sendo apenas um deles no Brasil, o Geoparque do Araripe, no Ceará.

Com base nisso, a campanha que defende a candidatura de Chapada aponta que o município se enquadra em todos os requisitos para se tornar um Geoparque da UNESCO. Entre os fatos pontuados estão a diversificada oferta turística e seu patrimônio natural e cultural, que propiciam uma vocação para o segmento de turismo de natureza, ecoturismo e turismo de experiência.

Fonte: Olhar Direto

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