Documentário sobre queimadas no pantanal e seus impactos estreia no Globoplay na próxima sexta

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Reprodução
CAMARA VG

Na próxima sexta-feira (12), “Jaguaretê-Avá: Pantanal em Chamas”, exclusivo do Globoplay, chega ao serviço de streaming um trabalho intenso de captação de imagens no bioma que anualmente. O trabalho é resultado do documentarista Lawrence Wahba, vencedor do Emmy e diretor de produções que já foram exibidas em 160 países, nos canais NatGeo, Smithsonian, Discovery e Arte.

No processo de produção Wahba passou dez semanas – ao longo de quatro expedições às regiões de Miranda, Serra do Amolar, Porto Jofre, Transpantaneira, Parque Nacional do Pantanal e Parque Estadual Encontro das Águas – com brigadistas, veterinários, voluntários e pesquisadores, registrando a árdua luta pela vida e pela recuperação do bioma. Com mais de 100 horas de material captado (pela equipe do documentarista e por terceiros), a produção consumiu 13 meses de trabalho desde a primeira até a última gravação.

Para chegar à edição final do filme, que tem duração de 1 hora e 14 minutos, Wahba conta que, como um bom parto, “Jaguaretê-Avá: Pantanal em Chamas” foi gestado ao longo de nove meses de pós-produção. “Começou com um esqueleto traçado por mim, mas foi se moldando com os trabalhos dos montadores Tatiana Lohmann e Marco Del Fiol, ambos também diretores e realizadores, que cocriaram o filme em todo seu processo e com a colaboração dos inputs do supervisor de roteiro, Marcelo Starobinas”, diz.

Para se ter uma ideia da complexidade da produção, somente a composição da trilha sonora do documentário, que leva a assinatura de Fábio Cardia, consumiu três meses de trabalho de uma equipe composta por 15 profissionais. O músico, compositor e maestro conta que foram criadas 39 músicas para o filme, que abordam 20 diferentes temas.  “É uma trilha minimalista que utiliza instrumentos étnicos e regionais, como viola caipira, flauta baixo, berimbau e tambores, além de spots misturados com sintetizadores e samplers”, revela.

Jaguaretê Avá e resiliência

Além das cenas impactantes da destruição de fauna e flora gerada pelos incêndios, o documentário registra a ação de quem estava no epicentro do combate às chamas atuando no resgate e na recuperação de animais e traz entrevistas com especialistas em questões ambientais.

A narrativa faz uma analogia com o mito indígena do Jaguaretê-Ava, do povo guarani kaiowa, cujo significado é revelado no filme e traz referências a elementos do simbolismo do jaguar (onça-pintada) nas culturas originais das Américas do Sul e Central, considerado um animal sagrado que transita entre dois mundos e tem poderes espirituais.

“Na minha profissão eu dependo totalmente da integração com os animais e seu hábitat. Preciso estabelecer uma conexão, um entendimento. É como aprender um outro idioma e os povos nativos são os professores, os mestres. Para eles, todos elementos da natureza são gente. Temos de aprender com eles o respeito a todas formas de vida”, complementa.

“Jaguaretê-Avá: Pantanal em Chamas” mostra a resiliência do Pantanal a partir da onça-pintada. Ecologicamente um bioma tem que estar totalmente equilibrado para sustentar seu predador de topo.  Algumas onças, em particular como Amanaci, Ousado e Ague, afetadas pelos incêndios, têm suas histórias retratadas.

Fonte: Olhar Conceito

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