O delegado regional de Água Boa, Valmon Pereira da Silva, disse ao Olhar Direto que ainda é muito cedo para apontar respostas sobre o caso, mas todas as dúvidas serão esclarecidas ao longo do inquérito.
“Uma equipe se encontra no presídio. Estamos ouvindo os presos de celas vizinhas, apurando todas as informações, embora, geralmente opere a lei do silêncio”, explicou.
Além de apurar se houve omissão dos policiais penais, o delegado pontuou que deve ser esclarecido também se a fuga ocorreu na noite de segunda-feira ou se ela só foi percebida neste dia. A unidade prisional de Água Boa tem capacidade para 350 detentos, mas abriga mais de 600 presos.
“Pela quantidade de terra que foi encontrada na cela, a suspeita é de que os presos tenham agido por vários dias. Da noite pro dia eles não conseguiriam agir desta forma”, salienta.
Além da Polícia Civil, a Perícia Técnica (Politec) se encontra no presídio para elaborar um relatório com os detalhes do túnel e fuga.
Os fugitivos cavaram um túnel no raio Azul da Ala 1, saindo do banho de sol para fora da galeria, chegando até a área da muralha.
Os fugitivos já foram identificados como: Amarildo Roberto da Silva Junior, Cleverson Alves da Silva, Edinei Abrão Rodrigues, Euziques Matos da Silva Neto, Gederlan da Silva Souza, Helio Candido Fernandes, Joab da Silva Pontes, Leonardo Gabriel dos Santos, Luan Carlos Valentim de Souza, Maykon José Cohgi, Robson Ferreira de Souza, Thiago Ferreira de Araújo, Thiago Vinicius Barbosa da Silva e Weste Junio Nunes Gama.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Jonildo de Assis, garantiu que as buscas continuarão o tempo que for necessário. Diversas equipes de quatro comandos regionais compõe uma força-tarefa para recapturar os bandidos. Ele ainda pede que a população ajude com qualquer informação que possa auxiliar nos trabalhos.
Os trabalhos devem abranger as cidades de Água boa, Canarana, Ribeirão Cascalheira e Nova Nazaré. Uma equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) também se desloca de Cuiabá para atuar nas buscas.
O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindspen) informou que por meio do setor de operações especiais, atua na escolta, guarda, monitoramento e captura dos presos. Além de trabalharem em conjunto com a Polícia Militar e Civil em ações de inteligência.
A intenção dos policiais é que seus salários sejam equiparados aos das outras policias.
A greve começou no último dia 15 de dezembro. Neste meio tempo, diversos policiais se recusaram a receber reeducandos em presídios de municípios de Mato Grosso.