O autoritarismo e o totalitarismo são exaustivamente estudados em seus aspectos políticos, econômicos, culturais e psicossociais. Apesar disso, a maioria das pessoas não aproveita ou tem acesso a tanto conhecimento acumulado sobre o tema. Exatamente por isso, pouquíssimas conseguem perceber como o fenômeno despótico afeta seu próprio dia a dia. O pensamento ditatorial (geralmente disfarçado de discurso pseudodemocrático) é distribuído em milhões de mensagens, a todo instante, todo dia. A pandemônica pandemia do Covid-19 escancarou o problema. Muitos conseguiram enxergar e constatar ameaças às liberdades.
Nazismo, fascismo e comunismo são faces do mesmo demônio totalitário. As práticas e propostas (e personagens) do nazismo, do fascismo, do comunismo e seus horrores precisam ser divulgadas e discutidas com base em fatos históricos, não em ideais falsos, travestidos de falsa utopia e ingênua bondade. O nazismo é criminalizado em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Já o fascismo e o comunismo, não. Talvez porque seu modus operandi seja imperceptível ou romantizado. Nazismo matou mais de 6 milhões. Comunismo exterminou mais de 100 milhões. São regimes genocidas. O nazismo claramente acentua a discriminação, a perseguição e até o extermínio das minorias que classifica como inimigas. O comunismo é mais sutil. Os inimigos a serem abatidos podem ser qualquer um que o regime escolha como alvo de perseguição. Mas os três regimes têm algo em comum: dependem da existência de um Estado no qual os dirigentes e a sociedade legitimam e legalizam o abuso de autoridade e de poder.
A postura científica saudável e verdadeira exige que se questione. Responda, se puder e conseguir. Alguns regimes absolutistas, sanguinários e genocidas podem ser exaltados todo dia, em diferentes espaços, como acontece nas propagandas ideológicas? É aceitável conviver com quem defende regimes políticos autoritários? Com quem propaga ideologias totalitárias? Com quem é a favor de formas de repressão abusivas, a tudo e a todos? Com quem pratica cerceamento da liberdade individual? Com quem não respeita a opinião do outro? Com quem acredita que o ódio e a violência podem ser usados na atividade Política? Com quem aceita censura e prega o controle e regulação excessiva dos meios de comunicação? Com quem faz vista grossa para as diferentes formar de corrupção (sobretudo a moral)?
O momento é tenso. Sinistro! O clima tribalista, de todos contra todos, é tóxico, inaceitável e destrutivo. Precisamos fazer autoanálises (ou autocríticas) permanentes. Não podemos aceitar, praticar e, muito menos, embarcar nos autoritarismos. Temos o dever de restabelecer a capacidade de mediação Política. O diálogo aberto, sincero e equilibrado é fundamental em todos os segmentos da sociedade. É imprescindível restabelecer a civilidade institucional, enquanto se combate e neutraliza o crime, a corrupção e a violência. Temos obrigação de dizer um “não rotundo” à barbárie. Sabedoria, serenidade e tolerância nunca foram tão necessários quanto agora. Nazismo, fascismo, comunismo e muitos outros ismos, nunca mais! Lacração, idem! Ideologia é ferramenta de otário. Pense nisso!
Por Jorge Serrão
Fonte: Jovem Pan