O STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve a prisão de Ana Cláudia Flor, acusada de mandar matar o marido, Toni Flor, em 2020. A decisão é do ministro Ribeiro Dantas, proferida na última segunda-feira (21).
A defesa alegou que Ana Cláudia tem três filhos pequenos, de 10, 8 e 5 anos, que dependem da renda dela para sobreviverem.
“Em que pese a relevância dos argumentos apresentados, o pedido formulado na petição de reconsideração já foi examinado anteriormente e não se verifica nenhuma alteração no quadro fático, apto a justificar a reconsideração da decisão. Isso porque apenas foi juntada a ementa do acórdão impugnado, não sendo possível aferir eventual ilegalidade perpetrada pelo Tribunal sem a devida instrução do writ. Assim, indefiro o pedido de reconsideração”, decidiu o ministro.
O Primeira Página tenta localizar a defesa da acusada.
Em fevereiro deste ano, Ana Cláudia Flor confessou à Justiça que mandou matar o marido por R$ 60 mil. Ela também disse que se sentiu aliviada após a morte dele.
Ana Cláudia foi ouvida pelo juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Flávio Miraglia, em 24 de fevereiro.
Segundo Ana, ela combinou o crime com o homem apontado como assassino de Toni, Igor Espinosa, alegando que apanhava muito do marido.
Ela afirmou ao magistrado que desistiu logo em seguida, mas que mesmo assim o crime foi cometido.
Igor teria passado então a ameaçá-la, querendo receber o valor combinado.
Ana Cláudia disse que pagou R$ 60 mil.
O pagamento foi realizado em um posto de combustíveis na frente da Rodoviária de Cuiabá.
O caso
Toni Flor foi atingido por tiros por volta das 7h do dia 11 de agosto de 2020, quando chegava na academia. O MPE afirma que os disparos foram feitos por Igor Espinosa, a mando de Ana Claudia. Ela teria sido ajudada por Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva para cometer o crime.
Toni e Ana Claudia estavam casados havia 15 anos e tinham três filhas. Conforme as investigações, o casamento estava em crise por causa de relacionamentos extraconjugais da acusada e, alguns dias antes de ser morto, Toni teria anunciado a intenção de se separar.
O assassinato foi cometido, segundo o MPE, porque a mulher não aceitava se separar e queria todos os bens do casal. Ela pediu ajuda à manicure e amiga Ediane Aparecida da Cruz Silva para procurar alguém para executar o crime. A manicure entrou em contato com Wellington Honorio Albino que, com ajuda de Dieliton Mota da Silva, “terceirizou” o assassinato, propondo que fosse cometido por Igor Espinosa, que aceitou a “tarefa”, diz a denúncia do MPMT.
O crime foi encomendado por R$ 60 mil e teria sido combinado por uma videoconferência. A mulher do empresário, porém, teria repassado somente R$ 20 mil. Já Igor Espinosa teria gasto todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro.
Ana Cláudia e outras duas pessoas foram presas no dia 19 de agosto em Cuiabá, durante a Operação Capciosa, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Já Igor Espinosa foi preso no dia 11 do mesmo mês, enquanto a manicure, no dia 27 de agosto.
Fonte: Primeira Página