Socialismo e moralidade

0
335
Reprodução
CAMARA VG

O defensor do socialismo, o alemão Karl Marx (1818-1883) é sabidamente anti-semita, de acordo com ele, a base do judaísmo é o egoísmo e a ganância. O Deus do judaísmo é o dinheiro, o judaísmo degrada o espírito do homem, faz dele um mero produto, a pátria dos judeus é o comércio. Os judeus corrompem a nação e em uma sociedade ideal os judeus não existirão. (“Sobre a questão dos judeus” – 1843).

Com esse pensamento, o socialista Adolf Hitler (1889-1945) fundou o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (1933-1945). Mais de 6 milhões de judeus foram assassinados em campos de concentração, por meio de fuzilamento, câmaras de gás, fome e doenças. Incluindo idosos, mulheres e crianças. Foi um genocídio conhecido como holocausto.

Ao utilizar o discurso do judeu inimigo da nação e o trabalhador como vítima, Hitler virou um ditador na Alemanha socialista. O Nazismo nunca teria crescido sem a dicotomia do oprimido contra opressor. Os nazistas eram as vítimas e portanto todos os crimes deles, por mais horríveis que fossem, estariam justificados, porque para eles moralidade é relativa. Muitos judeus conseguiram fugir para outros cantos da Europa e até para os Estados Unidos.

Os nazistas se orgulham de serem socialistas, como disse o próprio Hitler “nós somos o verdadeiro socialismo”. Contudo, enfatizo que eles não são marxistas. Os marxistas (comunistas) foram perseguidos na Alemanha socialista. (Diferentes facções). A luta do oprimido contra o opressor em busca de construir um mundo idealizado são os fundamentos do socialismo.

Para Hitler “raça e Estado devem ser a mesma coisa”. Embora Hitler tenha feito acordos com “raças inferiores” (não arianos) como os japoneses, italianos e árabes.

A questão racial não fazia muito sentido para os soviéticos. Até porque a União Soviética possuía várias nacionalidades, raças, religiões, línguas e culturas diferentes. Porém mesmo lá as sinagogas foram fechadas, judeus foram perseguidos, assassinados e muitos fugiram para os Estados Unidos.

Para os comunistas, “religião é vestígio do capitalismo” e houve uma campanha massiva e proibições a qualquer culto religioso. Queriam ser um Estado Ateu em nome da “ciência”. De fato os comunistas não são “ateus”, eles apenas substituíram Deus pelo Estado. A ética e o limite do poder deixam de ser de Deus, um ser divino, perfeito e incorruptível, e caem nas mãos de homens corrompidos. Essa é a essência do ateísmo, materialismo.

A religião no socialismo Alemão foi distorcida. As igrejas foram perseguidas e obrigadas a apoiar o regime. O cristianismo foi transformado em uma “seita ocultista”, onde Deus teria criado a raça alemã para dominar o mundo. Portanto o Fuhrer (líder supremo) é um representante de Deus e os inimigos dele passam a ser inimigos de Deus e da Alemanha.

Na União Soviética existiam os campos de concentração, “Gulags” [1930-1987], de trabalho forçado, onde mais de 2 milhões de pessoas foram mortas, entre inimigos do governo, artistas, intelectuais, religiosos, ricos, agricultores e moradores de rua, entre outros.

Somando todas as vítimas do socialismo e comunismo (marxismo) no mundo todo, superam 350 milhões de mortos.

A verdade é que a moralidade não é relativa, é universal, independe de tempo, lugar e cultura. Deus fez todos os homens iguais e livres para perseguir a própria felicidade da maneira que melhor lhe agradar; e acrescentou: não assassine, não roube e não minta (seja honesto). E toda sociedade justa e desenvolvida é regida por esses valores. [Se você é ateu, estude filosofia e chegará às mesmas conclusões].

O pacto de amizade entre a Alemanha socialista e a União Soviética durou até o início da segunda guerra (1939-1945). O ditador soviético, Josef Stalin (1878-1953) tinha planos de dominação global assim como Hitler. Mas ao contrário do ingênuo e lunático líder alemão, Stalin era extremamente inteligente, um grande estrategista de guerra, calculista, manipulou Hitler como um fantoche, usou a Alemanha e o resto do mundo para expandir o império soviético.

A 2ª guerra mundial foi uma continuação da primeira [1914-1918], agora entre o “Eixo” (Alemanha, Itália e Japão) contra os “Aliados” (Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética) + Brasil [sim, estávamos lá!]. Um dos principais objetivos do Partido Socialista de  Hitler era destruir a União Soviética, a sua maior rival. Em 1945 os soldados soviéticos tomaram Berlim e substituíram a Bandeira Vermelha alemã pela Bandeira Vermelha soviética.

Os territórios outrora conquistados pelo Partido Socialista alemão caíram na mão de Stalin. O mundo sabia do perigo da União Soviética, mas para evitar a continuação da guerra, agora com possíveis bombas atômicas e também pela dependência energética soviética, o ocidente se calou. A União Soviética caiu sozinha por conta da crise econômica em 1991. O muro de Berlim, que dividiu a Alemanha entre comunista (oriental) e capitalista (ocidental), foi derrubado em 1989.

Qual a diferença entre comunismo e socialismo? Depende do contexto. Algumas opções: 1) Socialismo é o progressivo avanço do Estado na vida das pessoas, nas liberdades individuais, na economia e na propriedade privada. Nem todo socialismo é marxista. 3) No comunismo a propriedade privada deve ser abolida. Para Marx, o comunismo deve ser o resultado do socialismo. 4) Comunismo e socialismo (marxista) são sinônimos.

E qual a diferença entre o comunismo Soviético e o socialismo Alemão? Não são a mesma coisa! Mas você precisa se esforçar para ver as diferenças. Primeiramente o socialismo nazista diz não querer a abolição da propriedade privada. Já no marxismo (na prática) todas as propriedades são privatizadas para o partido.

A União Soviética baniu a propriedade privada e quase tudo passou a ser controlado pelo Estado. No socialismo de Hitler ainda existiam propriedades privadas, porém extremamente controladas. Os ricos tinham que ser amigos do rei. O Estado ditava o que seria produzido, para quem seria vendido, o preço do produto e o salário do trabalhador. A economia era pautada no planejamento centralizado e o aumento do Estado.

1) Ambos os regimes (nazismo, comunismo) têm um líder supremo, são ditaduras com fortes repressões. 2) Ambos perseguem minorias. 3) Ambos roubaram propriedade privada. 4) Ambos querem dominação global. 5) Ambos perseguem a religião. 6) Ambos tomam controle da vida das pessoas.

7) Ambos veem o trabalhador como herói. 8) Ambos veem o trabalhador como vítima. Oprimido contra opressor. 9) Ambos fizeram uma propaganda gigantesca e massiva em cima das qualidades extraordinárias do trabalhador, operário e soldado patriota. 10) Ambos têm um nacionalismo super mega hiper exacerbado. 11) Ambos têm um projeto super ufanista idealizado de Estado e Sociedade programada.

12) Ambos usaram lavagem cerebral ao controlar todos os veículos de comunicação, arte, imprensa, cinema, televisões e rádios… 13) Ambos criaram campos de concentração e mataram milhões de pessoas inocentes. 14) Ambos perseguiam os “capitalistas”. 15) Ambos desarmaram a população. 16) Ambos investiram e tiveram um exército gigantesco, um enorme apelo ao militarismo. 17) Ambos têm um controle gigantesco da economia.

O parceiro de Hitler na guerra, Benito Mussolini (1883-1945) [Partido Nacional Fascista] comandou a Itália com os meios socialistas de produção. Defensor do trabalhador, criou a Carteira de Trabalho (Carta del Lavoro), para que o Estado pudesse controlar o salário mínimo. O termo “fascismo” vem de “facho” de galhos, em outras palavras: “coletivo”, em que as liberdades individuais são excluídas e o coletivo é exaltado.

O coletivismo é a destruição da individualidade, é a base do socialismo/ comunismo. “Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado”, no socialismo o Estado é o grande planejador central da economia e da vida das pessoas.

A partir da guerra fria os soviéticos chamaram os americanos e ocidentais de fascistas (ainda hoje) e imperialistas. A briga passou a não ser mais do proletariado contra o rico, mas de nações contra nações. O leitor deve ter entendido que fascismo e socialismo/ comunismo são a mesma coisa. Porém é necessário lembrar que os soviéticos lutaram contra os italianos, então o termo virou apenas um nome sem significado.

Observação: os comunistas não querem mais o comunismo. O comunismo não é mais uma meta do marxismo. Os comunistas conhecem a impossibilidade do cálculo econômico (Mises) e sabem que comunismo é impossível. Por isso o “comunismo” virou apenas “graus de socialismo”. O socialismo por sua vez dominou o mundo, e os países considerados “comunistas” são de fato socialistas. Mesmo na USSR há quem diga que não foi comunista. Então simplesmente encare que “comunismo” e “socialismo” são sinônimos.

Se o socialismo/ comunismo é tão ruim, por que não é proibido? Em alguns países a criação de partidos socialistas/ comunistas é ilegal. Mas a resposta é simples: Quem vence a guerra escreve a história. Por isso Marx é o mocinho e o Hitler é o vilão. Os soviéticos tomaram controle das universidades, escolas, imprensa e cinema. Eles conseguiram descolar a imagem de Hitler do socialismo para não prejudicar a revolução cultural (marxismo cultural).

O socialismo/ comunismo é uma ideologia “camaleão”, é um projeto de Estado totalitário. Por isso o socialismo se camuflou e mudou várias e várias vezes de estratégia. Apesar de terem causado a morte de 350 milhões de pessoas e criar pobreza no mundo, ainda querem reinar.

Por tantas e tantas vezes o socialismo/ comunismo perseguiu e fuzilou “minorias”, agora é ele quem “defende as minorias”. Cubanos mataram negros e homossexuais. A União Soviética fuzilou artistas e intelectuais porque “a arte não pode ser individualista”, os sentimentos pessoais não podem ser demonstrados, deve ser exaltado o nacionalismo. Mas hoje os intelectuais e artistas são em grande parte socialistas.

A União Soviética patrocinou grupos terroristas no mundo todo para tomar o poder dos países e também para arrecadar o dinheiro roubado em bancos, sequestros, tráfico de drogas e armas. Os grupos socialistas usaram o crime organizado para abastecer financeiramente o partido.

Porém a KGB (Serviço Secreto Soviético [1954-1991]) e Antônio Gramsci (1891-1937) entenderam que a luta armada não é a melhor estratégia para a tomada de poder. Portanto os marxistas reforçaram a propaganda dissimulada de conhecimento.

Por que o socialismo conseguiu tomar as universidades? O grande economista americano, Thomas Sowell comentou que é mais fácil divulgar discursos absurdos em cursos onde não se necessita de uma prova concreta, com respaldo na realidade. Cursos de humanas conseguem ter discursos fantasiosos com mais facilidade. Muito diferente das ciências exatas, onde negar a lógica não é convincente.

Quem são os socialistas hoje? A maior parte das universidades e professores, artistas, intelectuais, bilionários, grandes empresas de comunicação e tecnologia, instituições e organizações globais, países que querem dominação global ou promovem o “estado de bem estar”, movimentos sociais, ONGs, políticos, e uma parte da igreja, tanto católica quanto protestante.

A lavagem cerebral e a doutrinação marxista são realidade no Brasil e no mundo. É uma tática utilizada desde o começo pelos soviéticos e ainda hoje é utilizada globalmente. Os socialistas não pegam mais em armas (com tanta frequência), mas o pensamento marxista virou o “senso comum”, a ideologia está enraizada na nossa cultura.

A filósofa Ayn Rand (1905 – 1982) fugiu da União Soviética e nos Estados Unidos publicou vários livros sobre liberdade e direitos do indivíduo. Sobre os socialismos ela diz o seguinte: “Fascismo, nazismo, comunismo e socialismo são apenas variações superficiais do mesmo assunto monstruoso: coletivismo.”

Ela explica o que é coletivismo: “Coletivismo significa que o indivíduo não tem direitos. Significa que a vida e o trabalho dele pertencem a um grupo (sociedade, tribo, grupo, Estado, nação). E este grupo vai sacrificar o indivíduo de acordo com os caprichos e interesses do grupo.”

Mas vale a pena pensar em algo extremamente simples, boas ideias não precisam ser forçadas.

Movimentos sociais são intrinsecamente socialistas; são financiados por ricos e países globalistas. Eles sempre estão disfarçados de “direitos iguais”, “justiça” ou de “ajuda”, mas é mera propaganda. Em essência sempre criam grupos tribais de “opressor” e “oprimido”. Ao utilizar um profundo ressentimento nos indivíduos que são ligados pelo ódio em uma campanha massiva contra os opressores (grupo inimigo).

Classe, polo, tribo, grupo, coletivo, identitarismo ou movimento. Querem inserir políticas que perseguem a liberdade individual, criam burocracia, aumentam impostos, dividem as pessoas e inventam uma realidade fantasiosa.

A meta do socialismo é criar uma casta nobre dos políticos e ricos, já os pobres não conseguirão subir de classe social. Todas as características individuais da personalidade são eliminadas, a vontade e a possibilidade de melhorar de vida é cerceada.

Lousdembergue Rondon é jornalista.

Fonte: Midia News

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here