Carbono para ganhar dinheiro

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CAMARA VG

Com o avanço do aquecimento global, as organizações mundiais e representantes dos governos começaram a se organizar a fim de encontrar alternativas viáveis para a redução da quantidade de emissão gases nocivos. Até 2012, quase 70% da energia produzida em todo o mundo era a partir de combustíveis fósseis e apenas 21% de origem renovável.

Com a recente publicação do Decreto nº 10.946, que entrou em vigor em janeiro de 2022, o Brasil demonstra o “oceano azul” que existe de possibilidades na exploração de energias limpas, como é o caso da geração de energia eólica. Sendo que a costa brasileira tem potencial para ser a nova usina de eólica do planeta.

O Brasil está na lista dos países que geram emprego na área de energia renovável ao lado dos Estados Unidos, China, Índia, Japão e Alemanha. Por possuir condições climáticas favoráveis, o Brasil tem oportunidade de assumir uma posição de destaque no mercado mundial na transição para uma economia de baixo carbono.

Além da abundância em águas, que possibilita a geração de energia por meio das hidrelétricas, o país possui posicionamento estratégico que facilita a geração de energia solar quase em todo o período do ano e em todos os estados. Além disso, a costa brasileira e a região do Nordeste são privilegiadas na qualidade dos ventos, facilitando a geração de energia eólica.

A transição para uma economia de zero carbono é um processo ganha-ganha-ganha. Isso porque nela as emissões de carbono na atmosfera são reduzidas gerando: negócios; segurança climática que, consequentemente, reduz as mudanças climáticas e os impactos ambientais que atingem a todos nós; e mudanças nas formas de consumo da população.

Esses três pontos inspiraram e criaram oportunidades para pessoas se encontrarem e explorarem todos esses ganhos.

A dependência de carbono acontece quando sistemas que fazem uso intenso de combustíveis fósseis se perpetuam, adiando ou impedindo a transição para alternativas de baixo carbono. Para evitar os efeitos mais catastróficos das mudanças climáticas, o mundo precisa limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais e atingir o zero líquido das emissões de dióxido de carbono até a metade do século.

A China, os Estados Unidos e a Índia são os três maiores emissores do mundo. Ao mesmo tempo, economias emergentes na Ásia, no Oriente Médio e na África continuam a investir na construção de novas usinas que fazem uso intenso de carvão, inevitavelmente resultando em um futuro intensivo em carbono.

O mercado financeiro já está despertando para os riscos de se investir em atividades que geram emissões. Por isso, buscam investir em novos negócios alinhados com a sustentabilidade. Empresas sustentáveis já estão superando seus concorrentes em performance.

As organizações comprometidas com energia renovável têm melhores margens de lucro, podendo gerar um ROI (Retorno sobre Investimento) 18% maior que as companhias que não são comprometidas.

Portanto, a economia de baixo carbono é a aposta do futuro tanto das empresas quanto dos governos comprometidos com o meio ambiente.

Existe um potencial já aproveitado no Brasil, mas potencializar a bioeconomia, que é riquíssima, gera sustento para quem está vivendo da floresta em pé e gera uma economia de produtos da bioeconomia brasileira, produtos típicos do país com marcas locais que fomentam espaço no mercado internacional e para nós, consumidores, oferece produtos mais gostosos, saudáveis e diversos.

O que podemos extrair desse momento que o mundo discute alternativas sustentáveis é que o Brasil está muito bem posicionado para usufruir das inúmeras oportunidades que surgem. Se o setor público estiver em consonância com o setor privado, certamente todos sairão ganhando e o planeta agradece.

Renata Viana é advogada tributarista.

Fonte: Midia News

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