Como liberal, sou um grande entusiasta do empreendedorismo. Acredito na sociedade mais do que no governo, mais nos cidadãos do que nos políticos e mais no mercado do que na burocracia. Para mim está claro de que sociedades mais livres, com limitações claras aos governos, são também mais prósperas, saudáveis e inovadoras, com melhor qualidade de vida e índices superiores em qualquer aspecto.
Infelizmente, nosso país há tempos foi contaminado pelo vírus do estatismo, buscando no governo todas as soluções para seus problemas, esperando do poder público saídas que jamais serão oferecidas. O cidadão brasileiro precisa, antes de tudo, acreditar em si mesmo e usar o poder de seu voto para limitar a força do governo que oprime suas tentativas legítimas de ser o dono de seu próprio destino.
Muitos dizem que é bonito na teoria mas difícil na prática e que empreendedorismo somente rima com as classes mais altas. Nada pode ser mais distante da verdade. O maior número de empreendedores vem das camadas menos favorecidas da população, que usa sua inteligência e capacidade para inovar e pensar em novas formas de criar negócios e assim gerar renda para suas famílias.
A prova disso é que praticamente dois mil mineiros se cadastraram para participar da ExpoFavela, um dos maiores eventos de empreendedorismo voltado para pessoas que vivem em periferias de todo o Brasil. Ali vemos iniciativas e histórias de pessoas que mudaram suas vidas por intermédio de seu próprio esforço, desde pequenos negócios caseiros, passando pelo esporte, artes, modelos de negócios de entrega em tempos de pandemia, além de outras frentes que mostram o verdadeiro valor do nosso povo.
Como vemos, o empreendedorismo é o motor que move o Brasil. Segundo o Sebrae de Minas Gerais, em 2021 o número de empresas registradas cresceu 32,38% se comparado a 2020. Isto significa que o mineiro não parou de empreender mesmo durante a pandemia, porém, mostra algo que vai além: a pandemia resignificou a forma de trabalho de muitos mineiros, que descobriram em si o melhor caminho para vencer a crise.
Para aqueles que me questionam no twitter a vocação empreendedora de nosso povo, aqui segue um dado impactante: A taxa de empreendedores por vocação era de 66% em 2020 e foi a 76% em 2021. Já o segmento de empreender por necessidade caiu de 50,4% para 48,9%. Mesmo com a crise, subiu o percentual de empreendedores com mais de 3,5 anos em operação, passando de 8,7% para 9,9%.
Isto mostra que a cultura empreendedora é a principal jóia da economia do Brasil, responsável por gerar empregos e renda. Governos não geram renda, pelo contrário, apenas tomam recursos gerados pela sociedade. Todo brasileiro que produz é dono de seu próprio futuro, mas também proprietário de seu país. Ao tomar as rédeas de sua própria vida, nosso povo consegue dar mais um passo em direção de sua independência, do fim da subordinação à burocracia pública que impede nosso país de crescer. A cada novo pequeno negócio aberto, nosso povo se torna mais soberano. Empreender está no DNA do brasileiro e será o caminho para vencer a crise e mudar o rumo de nossa história.
Márcio Coimbra é presidente da Fundação da Liberdade Econômica e Coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília.
Fonte: Gazeta Digital