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ALMT TRANSPARENCIA

A eleição para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso deve trazer uma “renovação” de 50% das cadeiras. Ao menos à primeira vista, porque na verdade os novos deputados estaduais, em sua maioria, não serão verdadeiros novatos, mas sim pessoas ligadas à política, seja por já terem exercido algum mandato, seja por terem coordenado ou trabalhado diretamente com campanhas eleitorais.

Essa é a análise do analista político João Edisom. Ele vê o pleito de 2022 muito diferente daquele de 2018, no qual a frustração com candidatos eleitos na eleição anterior dá um fim ao político eleito “à cavalo”, na carona de nomes nacionais, como o do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Esse tipo de eleição que teve na passada, de ir a cavalo, na garupa, não vai ter mais. Nunca ninguém foi eleito em Mato Grosso porque disse que é Lula. Só o Bolsonaro fez isso. O bolsonarismo vai eleger deputado estadual, não porque alguém está falando que é Bolsonaro, mas porque está demonstrando. Tanto é que temos visto candidatos que se dizem bolsonaristas sendo rejeitados pelo bolsonarismo”, explica.

Frustração

De acordo com João Edisom, as eleições proporcionais têm duas características que se repetem e devem se perpetuar por muito tempo ainda: a da expectativa da campanha e a da frustração do mandato. A expectativa se dá através da esperança da população em eleger pessoas que farão grandes mudanças.

A frustração vem em seguida, causada principalmente pelo fato dos brasileiros terem consolidado um conceito de que vereadores e deputados são as pessoas que trazem as obras, não o Executivo – prefeituras e governo do Estado. Como os legisladores têm outra função, acabam por frustrar o eleitorado.

Dessa vez, o eleitor que elegeu um candidato dito bolsonarista no pleito anterior também está frustrado por ter visto muitos deles até mesmo fazer oposição ao presidente, ou se envolver politicamente em acordos e negociatas.

“Então o que acontece é que depois de eleito eles vão nos frustrar. Dentro dessa frustração, sobrevive quem consegue construir em um primeiro mandato, ou na conjunção dos mandatos, estrutura suficiente. Essa estrutura significa muito dinheiro para manter contratações, manter relações pessoais com empresas para captar recursos, ter vínculo com prefeituras, vereadores. Esses conseguem retornar”, pontua.

E são cerca de 12 deputados, dos 24 titulares e 36, em média, que passaram pela legislatura contando com os suplentes, que ele acredita terem conseguido construir essa estrutura. E as novas vagas, em maioria absoluta, deve ser ocupadas por nome já ligados a disputas políticas.

“Quem tem possibilidade de entrar? Aqueles que conseguem maior demonstração de estrutura. Aqueles que conseguem mais cabos eleitorais, que conseguem ir mais longe, pulverizar mais o voto por mais municípios, consegue ter parcerias com vereadores, com prefeitos, com lideranças fortes, com gente antiga que já era política. Quando você olha uma pessoa que entra novo, você olha quem trabalha com ele e são pessoas antigas na política. Ou ele parece novo aqui, mas já exerceu mandato de vereador ou de prefeito no interior”, concluiu.
FONTE :LEIA GORA 

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