Desembargadora lamenta decisão adiada; “Não dá pra dormir mais um dia sabendo que podíamos ajudar”

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TJMT
ALMT TRANSPARENCIA

Em seu voto durante a sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a vice-presidente da Corte, desembargadora Maria Erotides Kneip, disse que “perdeu o sono” ao ler o relato da situação da saúde pública de Cuiabá, como descrito no voto do relator da matéria, desembargador Orlando Perri.

“Confesso que li ontem à noite e perdi o sono imaginando que nós do Poder Judiciário já podíamos ter ajudado a população da Grande Cuiabá e a própria gestão municipal a salvar vidas”, ressaltou.

 

A magistrada, que acompanhou integralmente o voto de Perri, ressaltou ainda que a situação das unidades de saúde de Várzea Grande é igualmente caótica, sobrecarregada por pacientes vindos da Capital. “Isso é público e notório, inclusive consta em matérias jornalísticas anexadas”, disse.

 

“Penso que não dá para dormir mais um dia sabendo que a gente podia estar ajudando a resolver e não está. Estou convencida do acerto do voto do relator”, concluiu.

 

A votação sobre a intervenção na saúde pública de Cuiabá foi suspensa após os desembargadores Rubens de Oliveira Santos Filho e Juvenal Pereira da Silva pedirem vistas.

Como vem mostrando o RepórterMT, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu ao Judiciário que o Governo do Estado interviesse na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá devido à situação caótica em que se encontra a pasta.

Em seu voto, Perri descreveu a situação como “um problema crônico que se arrasta há vários anos e que se agrava a cada dia”. Disse que, antes de conceder liminar autorizando a intervenção, ainda em dezembro de 2022, existiam mais de 500 ações na Justiça contra o município.

Perri refutou o argumento da prefeitura de Cuiabá de que entregou várias unidades de saúde e hospitais, ao afirmar que “apesar de toda essa estrutura física, desgraçadamente a saúde do município capenga na provisão de médicos, procedimentos e medicamentos”.

“A sociedade precisa ser medicada e o remédio vai ser buscado na intervenção”, disse.

Com o pedido de vistas, o caso deve voltar a pauta no apenas na segunda quinta-feira de março, dia 9.

FONTE:REPÒRTER MT.

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