O advogado Marcos Vinicius, responsável pela defesa da médica afastada da UPA de Sinop (513 km de Cuiabá) após a morte de uma menina de três anos, afirmou que a secretaria municipal de Saúde está agindo de maneira “irresponsável” e induzindo a população a acreditar que a profissional de saúde tem “total responsabilidade” no óbito. Manoella Tecchio morreu em 8 de março após dar entrada na unidade de saúde com tosse seca. No domingo (12), a Prefeitura de Sinop determinou a abertura de uma sindicância para apurar a situação e afastou a médica responsável pelo atendimento.
“Cabe trazer que a secretaria de Saúde vem, de maneira corriqueira e irresponsável, trazendo informações inclusive citando o tempo de experiência da médica, induzindo a população a acreditar que essa médica teria total responsabilidade na morte da criança”.
Em publicação no Instagram, Marcos afirmou que causa estranhamento o fato de que outros dois médicos, que teriam passado pelo atendimento da menina, não terem sido afastados. O advogado explicou que Manoella passou por uma triagem na UPA e que os procedimentos necessários foram realizados.
“Causa estranhamento não afastarem os outros dois médicos que também passaram pelo procedimento. Inclusive, pelas informações que temos a criança faleceu após o atendimento de um terceiro médico que sequer sabemos de sindicância aberta contra ele até o momento”.
Marcos classificou a situação como “obscura” e afirmou que a defesa está tomando os procedimentos necessários para que a médica possa voltar as atividades.
“A situação que vem ocorrendo é muito obscura. A falta de informações, inclusive para a defesa, vemos como ilegal e arbitrária. Estamos tomando as providências cabíveis para que essa médica possa voltar as atividades”.
Morte de Manoella
Em entrevista à imprensa local, o pai de Manoella, Lucas Pootz contou que a filha estava com sintomas gripais e na segunda-feira (6) apresentou tosse seca. Neste momento, os pais resolveram levar a menina à UPA.
“Chegando lá a médica examinou, pediu exame de sangue, urina, porém ela falou que não constou nada nele [exame]. Simplesmente ela deu uma medição como se fosse uma tosse alérgica para ela e a gente retornou para casa”, afirma.
Os pais, então, compraram medicamento para filha e iniciaram o tratamento domiciliar. “Porém, na terça-feira (7) não houve melhora. Até aquele momento não havia tido nenhum tipo de melhora para ela. Resolvemos voltar à UPA”, acrescenta.
“Quando fizeram o Raio-X o pulmão já estava completamente comprometido. Já não tinha o que fazer. De imediato eles disseram que iriam precisar de UTI Neonatal, porém Sinop não tem e eles iriam solicitar Sorriso, Lucas do Rio Verde ou Alta Floresta para poder levar ela”.
No entanto, nenhuma das cidades estava com leito disponível e os profissionais tentaram realizar um procedimento para salvar a criança.
FONTE:OLHAR DIRETO.