Há cerca de 10 dias, as cidades de Tangará da Serra e Sapezal, na região sudoeste do Estado, foram palco de ataques coordenados e liderados por integrantes da facção criminosa Comando Vermelho. Carros, ônibus e carretas foram incendiados nos dois municípios. Além disso, criminosos depredaram estabelecimentos comerciais.
Os ataques tiveram início em Tangará, no dia 28 de setembro, às 22h45, quando um carro da prefeitura foi incendiado na garagem de veículos. Poucas horas depois, já na madrugada do dia 29, a polícia atendeu a duas ocorrências da mesma natureza em outro bairro da cidade. Um carro particular e uma carreta haviam sido tomados pelo fogo.
Ainda na madrugada de quinta-feira (29), porém em Sapezal, criminosos invadiram o pátio de veículos oficiais da prefeitura e atearam fogo em um carro. O ataque foi às 3h10 da madrugada, quase que simultâneo à ocorrência registrada em Tangará, que no dia seguinte foi palco de novos ataques. Dessa vez, os criminosos depredaram duas diferentes lojas da cidade.
No dia dois de outubro, também durante a madrugada, ambas as cidades registraram outras 3 ocorrências. Um estabelecimento depredado em Tangará; e dois ônibus incendiados em Sapezal: um ônibus da Apae e outro do Grupo Amaggi.
A ofensiva do grupo criminoso acendeu o alerta das forças de segurança, que em resposta aos ataques deflagrou a Operação Força Total. A ação contou com o apoio da Rotam, grupo de elite da PM, Polícia Civil, Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), cavalaria da Polícia Militar.
Segundo o sargento Osmário Júnior, responsável pelo 7º Comando Regional da Polícia Militar, vinte pessoas foram presas, um veículo foi recuperado e 11 boletins de ocorrências registrados.
A inteligência da PM alertou ao batalhão sobre os ataques. Segundo Osmário, as ordens partiram de lideranças detidas no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Tangará e da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Ele afirmou que 8 lideranças criminosas foram remanejadas de Tangará para outras unidades do estado.
À reportagem, o comandante contou que ataques desse tipo ainda não haviam sido identificados na região. “É uma coisa que a gente ainda não tinha certificado aqui na nossa região. Foi uma ação criminosa de grande repercussão, mas teve uma resposta à altura em toda a região”, disse.
O comandante explicou que a polícia tem atuado com reforço policial nas quatro grandes cidades da região. Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Barra do Bugres e Sapezal. Júnior ressaltou que a ofensiva acende um alerta: “toda ação criminosa que for identificada merece uma ação imediata”.
Desde então, a polícia tem mantido os municípios da região sob alerta a fim de evitar novos ataques. Além da remoção dos faccionados, o aparato policial tem sido reforçado, desde o número de agentes até o policiamento ostensivo nas ruas das respectivas cidades. “Essa operação toda foi desencadeada para garantir a segurança da população. Esse é o objetivo principal”, disse o comandante Osmário Júnior.
Fonte: Olhar Direto
