Presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho voltou a afirmar que a indefinição dentro do União Brasil tem prejudicado seu projeto de pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá. Numa disputa interna com Fábio Garcia, o deputado foi claro a afirmar que todos os que tem pretensão de disputar o Palácio Alencastro em 2024 já estão fazendo política e que, caso o chefe da Casa Civil negue tal movimento, está mentindo.
Após recursar proposta para que uma pesquisa qualitativa seja utilizada como critério de escolha do pré-candidato do União Brasil, Botelho aguarda o retorno do governador Mauro Mendes, que preside o diretório regional, para sacramentar seu futuro: se não tiver chances de ser o nome da sigla, irá migrar para o PSD.
“Concordo com pesquisa qualitativa e quantitativa, mas que seja realizada até dezembro. Não adianta ficar nesse embate, pois todo mundo já está trabalhando. Ou vocês acham que o Fábio Garcia não está fazendo política? Pode ser que ele fale que não está, mas aí estará sendo mentiroso, porque todo mundo está fazendo”, afirmou, em conversa com a imprensa nesta quarta-feira (8).
“Fica ruim, tem que haver uma definição de quem será esse candidato e esse pré-candidato trabalha tranquilamente dentro do partido. Daí, fica ele trabalhando para um lado e eu para o outro. Eu chamo uma pessoa pra cá, ele chama para lá. Pivetta e Fabinho chamaram um monte de gente no gabinete do Paiaguás para convidar, inclusive para falar de política”, acrescentou, apontando movimento do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que estaria ajudando o projeto de Fábio, enquanto está interinamente no comando do governo estadual.
Apesar do movimento nos bastidores e nos bairros, Fábio nega que esteja adiantando o processo político. Garante que o momento de fazer campanha é a partir das convenções partidárias, no próximo ano.
Mãos amarradas
Botelho admitiu que sem uma definição partidária, tem enfrentado dificuldades em compor apoios para o próximo pleito, apesar de já ter se reunido com lideranças de outras legendas, a exemplo de vereadores da base e oposição do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“Não, como vou montar alguma coisa agora, quem viria me apoiar hoje, se não tenho garantia que serei o candidato. Tenho que definir logo. Até dezembro tem que definir quem é o pré-candidato e quem não quiser apoiar que saia. Eu quero que cumpra o que se falou”, disse, ressaltando que a conversa definitiva com Mauro deve ocorrer após viagem oficial do governador à Ásia.
“Eu estou aguardando uma decisão do governador. As condições são regras claras e acho que o pré-candidato tem que ser definido esse ano, pois quem é pré-candidato precisa começar a trabalhar na formação de alianças, que começa agora a partir de janeiro. Isso tudo tem que ser feito até março”, pontuou.