PM deve multar em até R$ 10 mil quem alimentar animais no Mãe Bonifácia; prisão de até um ano

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Foto: José Lucas Salvani / Olhar Direto
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

O Parque Mãe Bonifácia, localizado em Cuiabá, será reaberto neste sábado (28) e irá multar, por meio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), em até R$ 10 mil aqueles que forem flagrados alimentando os animais. A medida é tomada após 16 macacos serem encontrados mortos no espaço, vítimas de herpes transmitida por humanos.

Em entrevista ao Olhar Direto, o tenente coronel Cacciolari explicou que a partir deste sábado a fiscalização no Parque será intensificada. Quem desobedecer as ordens do local e for flagrado dando alimentos aos animais, pode ser multado entre R$ 500 a R$ 10 mil. Caso o animal em questão morrer, a multa pode ser de R$ 500 a R$ 5 mil por bicho. Em alguns casos, a pessoa pode ser detida entre seis meses a um ano.

“Com a reabertura do parque, nós voltamos a ter uma presença mais efetiva aqui dentro. Antes do episódio da morte dos animais, nós já trabalhávamos na educação ambiental, que é o pilar fundamental do Batalhão. Porém, nós sabemos que as infrações são uma das formas de reeducação. Então, definitivamente, nós vamos passar a endurecer essa fiscalização com infrações. Se flagrado algum usuário do parque fornecendo alimentação aos animais, ele será infracionado. É uma das normas do parque de que não se forneça alimentação. Se, por ventura, o animal vier a morte, também há infração para isso”.

No começo do mês, 13 macacos sagui foram encontrados mortos e por medida de segurança, o parque teve que ser fechado por 15 dias. Os animais passaram por necropsia, exames microscópicos, microbiológicos e por testes de imunofluorescência direta, imuno-histoquímica e PCR.

Após análise, chegou-se a conclusão de que os macacos mortos são vítimas de Herpes Simplex. Apesar de quase sempre causar sintomas brandos em humanos, como aftas e, em alguns casos febre, é fatal para esses animais, que desenvolvem quadros severos inflamatórios, podendo afetar diversos órgãos, além de causar lesão de pele e nas mucosas e atingir pulmão, coração, fígado e no sistema nervoso central. A principal manifestação é neurológica.

Depois que um macaco do grupo é contaminado a tendência é que ele espalhe entre os agregados e a doença, por ser altamente fatal, pode fazer com que todos os membros de um bando morram. Com a possibilidade, inclusive, de contaminar outros grupos de primatas.

“A maior parte dos macacos que nós examinamos, eles tinham encefalite inflamatória associada ao vírus”, explica o professor Edson Moreto, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). “É mais comum quando ocorre em casos como esse, o que não é frequentemente, é através da alimentação. A pessoa está se alimentando, joga o resíduo no ambiente, [ou então] está se alimentando e oferece para o primata”, detalha.

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