Saiba mais sobre a síndrome mão-pé-boca, que cresceu com fim do isolamento

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Reprodução
CAMARA VG

A volta das crianças ao convívio social em escolas, parques e festinhas fez com que surgissem no país surtos espalhados da doença conhecida como síndrome mão-pé-boca, que atinge principalmente as crianças de até 5 anos. Foram registrados muitos casos em Belo Horizonte,  em Cuiabá, Mato Grosso, Goiás, Chapecó e Baixada Santista.

Na maioria dos casos, a infecção é causada pelo vírus coxsackie da família dos enterovírus, que normalmente habitam o sistema digestivo. A pediatra e neonatologista Vanessa Mouawad explica que a doença é altamente contagiosa.

“As crianças que ficaram isoladas até metade deste ano, só com aulas online, mesmo no caso dos bebês que não frequentavam creches, agora estão se encontrando mais. Como é uma síndrome altamente contagiosa, os vírus estão mais em circulação no momento e os surtos acontecem”, explica a médica.

Os sintomas são febre alta, manchas e aftas na boca, amídalas e faringe. Com isso, a criança fica com dor de garganta, mal-estar, pode ter vômito e diarreia. A doença também leva à presença de pontos avermelhados que evoluem para bolhas, principalmente em mãos e pés, podendo aparecer em outras regiões do corpo.

O contágio acontece por meio do contato com a saliva, fezes ou objetos de pessoas contaminadas com o vírus e a primeira semana após o começo dos sintomas é o período de maior transmissibilidade.

“Não existe uma vacina, então a prevenção é feita pela higienização adequada de mãos e objetos das crianças e afastamento de quem estiver com suspeita de ter a doença. Se começar um quadro febril, não leva à escola. É importante afastar a criança que tem algum tipo de suspeita”, alerta a pediatra.

O tratamento é feito com o uso de remédios analgésicos e anti-inflamatórios. Mesmo com lesões na boca, a higienização deve ser feita normalmente com creme dental e escova de dente.

A complicação mais comum da síndrome é a desidratação, uma vez que as crianças têm dificuldade de ingerir líquidos por causa da dor.

Em casos raros, pode haver consequências, como meningite asséptica, encefalite, síndrome semelhante à poliomielite, síndrome de Guillain-Barré, miocardite (inflamação dos músculos do coração), inflamação do pulmão, edema pulmonar (líquido no pulmão) e conjuntivite.

A duração dos sintomas varia entre uma e duas semanas e as lesões nos pés e mãos desaparecem sem nenhuma sequela.

O diagnóstico é feito por exames clínicos e por meio de sorologia e PCR para descobrir qual o vírus causador da doença. O organismo não cria anticorpos contra a infecção, mesmo depois da doença.

“Pode haver a infecção mais de uma vez, porque são vários sorotipos e a imunidade não é definitiva. A criança pode pegar mais de uma vez, inclusive o mesmo vírus. O vírus é mais frequente em crianças, mas os adultos também podem pegar, sim, apesar de ser bem mais raro”, conclui Vanessa.

Fonte: R7

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