Concurso da Segurança Pública: deputados pedem investigação por parte da Polícia Federal

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Reprodução
CAMARA VG

DA REDAÇÃO

Deputados cobram explicações sobre as diversas denúncias de irregularidades durante a aplicação do concurso das Forças de Segurança de Mato Grosso, ocorrido no domingo (20). Em entrevista concedida nesta manhã (23), o deputado Elizeu Nascimento (PL) informou que pretendem acionar a Polícia Federal para ajudar nas investigações.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), cerca de 30 denúncias de irregularidades durante a aplicação da prova do concurso foram feitas à ouvidoria.

Ao todo, 66 mil candidatos realizaram a prova. O concurso, que era esperado desde 2016, foi realizado para formação de cadastro de reserva. Entretanto, o governo do estado promete chamar 1.200 classificados ainda em 2022.

Os deputados estaduais Janaina Riva (MDB), Elizeu Nascimento (PL) e Thiago Silva (MDB) cobraram explicações da Secretaria de Segurança Pública e da Casa Civil. Janaina Riva solicitou a anulação do certame e aplicação de novas provas, e Elizeu Nascimento (PL) fez um pedido formal de investigação. Segundo os parlamentares, alguns fatos precisam ser esclarecidos:

  • Pagamento realizado sem identificação no sistema, incorrendo na exclusão indevida do candidato na lista de divulgação do local de prova;
  • Candidato que efetuou pagamento e não foi permitido realizar a prova, sob a justificativa de limitação de idade;
  • Problema de identificação de candidatos na prova (ausência de coletor de digitais);
  • Uso de equipamentos eletrônicos em sala e no banheiro;
  • Inexistência de fiscalização para o porte indevido de equipamentos eletrônicos;
  • Prisão de um cidadão na cidade de Cáceres por suspeita de estar realizando a prova no lugar de candidato inscrito;
  • Fotos circulando nas redes sociais de imagens da sala de aula.

“Em respeito aos mais de 33 mil candidatos que estudarem e se dispuseram a participar do tão esperado concurso da segurança pública, apresento este requerimento com urgência para que sejam apuradas supostas irregularidades praticadas na prova. A sociedade não tolera este tipo de prática e precisamos apurar e conduzir essas denúncias com transparência, cabendo à UFMT e Casa Civil promoveram uma investigação junto à Polícia Civil e Polícia Federal”, declarou o deputado Thiago Silva.

Um nova denúncia, feita nessa terça-feira (22) por um dos candidatos ao cargo de saldado da Polícia Militar, afirma que a prova teria vazado mais de um mês antes da sua aplicação. Na denúncia, o candidato diz ter encontrado o caderno de provas na internet, disponibilizado desde o dia 11 de janeiro. Durante uma checagem, comparando o caderno de prova aplicado no dia 20 de fevereiro foi constatado que o conteúdo era 100% compatível.

As supostas provas foram entregues à Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, que deverá acionar o Ministério Público Estadual e o governo do estado para que providências sejam tomadas.

A Justiça concedeu liberdade ao policial penal e outras 3 pessoas que foram presas em flagrante no domingo (20), em Cáceres (225 km ao Oeste de Cuiabá). Após audiência de custódia, a juíza Henriqueta Fernanda C.A.F. Lima estabeleceu fiança para Luis Antônio D’Agosto, de um salário mínimo. Carlos Eduardo de Miranda Coene, Denilton Feitosa Dias e Marcos Aurélio Conceição de Arruda receberam medidas cautelares que não devem ser quebradas, sob pena de prisão preventiva.

O Governo de Mato Grosso informa que a responsável pela realização do concurso é a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), contratada para tal fim. A Universidade disse que está checando a situação e que vai se pronunciar oficialmente assim que tiver todas as respostas para o ocorrido.

 

 

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