MP quer que médica acusada de atropelar e matar verdureiro passe por júri popular

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Reprodução
CAMARA VG

O Ministério Público do Estado encaminhou à 12ª Vara Criminal de Cuiabá, um pedido para que a médica Letícia Bortolini, acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Mara, em abril de 2018, seja julgada por júri popular.

A ação foi apresentada nesta segunda-feira (22) pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá e solicitou que Letícia Bortolini seja pronunciada e julgada pelo Tribunal do Júri por homicídio qualificado, pelo meio de que possa resultar perigo comum.

Ainda segundo a denúncia, a médica também deve responder por omissão de socorro, se afastar do local do sinistro para fugir à responsabilidade e conduzir embriagada.

O Primeira Página entrou em contato com a defesa de Letícia Bortolini que afirmou que, em momento oportuno, irá apresentar suas alegações finais.

De acordo com o promotor de justiça, Vinicius Gahyva Martins, “meio de que possa resultar perigo comum” é aquele que expõe, além da vítima, um número indeterminado de pessoas a uma situação de probabilidade de dano. Para ele, a testemunha ocular Bruno Duarte Pereira de Lins, que ajudava Francisco a empurrar o carrinho no momento do acidente, também poderia ter sido vítima do atropelamento.

“A denúncia foi clara em atribuir à ré conduta que vulnerou a ilesibilidade física de número indeterminado de pessoas, ou seja, não apenas de pedestres como de outros indivíduos que conduziam seus veículos pela via, porquanto imprimiu velocidade muito acima da permitida, estava embriagada, bem como seguiu realizando manobras em zigue-zague após atropelar a vítima”, argumentou o promotor no documento.

Médica diz não ter visto o acidente

O atropelamento do verdureiro aconteceu por volta de 20h do dia 14 de abril de 2018, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.

Francisco empurrava um carrinho de verdura para o canteiro da avenida quando foi atingido pelo carro da médica e morreu no local.

Letícia Bortolini não freou o veículo e não prestou socorro ao pedestre. De acordo com as polícias Militar e Civil, ela estava com o marido no carro quando atingiu o vendedor.

O carro da médica foi encontrado em um condomínio no bairro Jardim Itália, na capital, depois de uma uma testemunha seguir o veículo e informar a polícia.

Polícia Militar, ao detê-la, disse que ela tinha sinais de embriaguez.

O laudo da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) consta que a velocidade média de impacto do veículo que a médica conduzia, era de aproximadamente 103 km/h.

Para a polícia, a médica assumiu conscientemente o risco do acidente.

Na conclusão do inquérito policial, o delegado considerou o fato da vítima apresentar capacidade psicomotora comprometida por elevado estado de embriaguez, confirmado em laudo pericial.

Ela foi presa na casa dela, em um condomínio da capital, e solta dois dias depois sob a alegação de que ela tem um filho com 1 ano de idade que precisa dos cuidados dela.

Desde então, Letícia permanece em liberdade, atuando como médica dermatologista em Cuiabá.

Fonte: Primeira Página

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