PF destrói maquinário usado em crimes ambientais em terras indígenas

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Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Polícia Federal apreendeu maquinários, documentos, celulares durante a operação Onipresente, contra o desmatamento e o garimpo ilegais em terras indígenas no Norte de Mato Grosso. Durante as investigações, um cacique e um servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio) foram presos suspeitos de crimes ambientais e contra a administração pública.

A operação, realizada com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), começou no dia 14 de março e terminou no dia 28. O balanço da ação policial foi divulgado nesta terça-feira (29).

A Onipresente foi realizada em 21 pontos nas terras indígenas Aripuanã (entre os municípios de Juína e Aripuanã), da etnia Cinta Larga; Menkü (Brasnorte), da etnia Menķü; e Parque Nacional do Xingu (Feliz Natal), da etnia Ikpeng.

A ação policial contou com 2 helicópteros, 12 policiais federais e quatro fiscais do Ibama. Foram apreendidos sete escavadeiras hidráulicas, três caminhões, sete tratores, 12 motocicletas e 30 motores estacionários usados na lavagem do solo. Foram ainda destruídos acampamentos que davam suporte para os crimes.

A escolha das localidades fiscalizadas foi feita por meio de monitoramento via satélite no sistema Planet, capaz de detectar desmatamentos até em áreas consideradas pequenas, como o quintal de uma casa.

“Nossos satélites são capazes de detectar qualquer alteração na vegetação, principalmente nas terras indígenas”, disse o delegado Roberto Moreira Filho, da PF.

Segundo a polícia, as atividades ilegais eram realizadas com autorização de lideranças indígenas que estariam recebendo dinheiro de madeireiros e garimpeiros. Com eles foi encontrada uma tabela com preço pago aos indígenas.

Na Terra Indígena Menkü, um dono de caminhões afirmou à PF que pagava R$ 1.500 por veículo carregado.

Prisões

Durante a Operação Onipresente a PF descobriu que um servidor da Funai estaria dando informações a garimpeiros para que escapassem da ação policial. Com isso, foi deflagrada a Operação Ato Reflexo, que no dia 20 de março prendeu o servidor da Funai e um cacique que estaria recebendo 20% do ouro extraído da área protegida.

Sobre as prisões, a Funai disse na ocasião que “não coaduna com nenhum tipo de conduta ilícita”, que está à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações e que o chefe da coordenação técnica local preso seria afastado da função.

A Operação Onipresente faz parte do Guardiões do Bioma, do Governo Federal.

Material apreendido

As escavadeiras e veículos que estavam em situação precária de conservação ou em locais de difícil acesso foram inutilizados e os demais foram retirados. A destinação deles ainda vai ser definida.

Fonte: Gazeta Digital

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