Cuiabá assina carta que pede divisão mais igualitária do dinheiro

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Reprodução
CAMARA VG

Vinte e três clubes – entre eles o Cuiabá – divulgaram um comunicado confirmando que não irão à reunião sobre a nova liga de clubes do Brasil marcada para o próximo dia 12 de maio na CBF.

Eles explicam que não concordam com o que foi apresentado pela Libra e que farão um encontro no Rio de Janeiro no próximo dia 16 para discutir mudanças no formato de liga no país.

O documento confirma a tendência antecipada pelo UOL nesta segunda-feira (9) e é assinado por América-MG, Chapecoense, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Ceará, CSA, Athletico, CRB, Náutico, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova.

O Athletico, grande opositor da Libra, chegou a divulgar uma arte incluindo o nome de outros clubes como Grêmio, Inter, Vasco, Botafogo, Bahia, Guarani e Atlético-MG no movimento, mas poucos minutos depois tirou do ar e retificou a informação sem a presença desses times. Essas equipes ainda não oficializaram sua posição.

A carta explica as diferenças que esses clubes têm com a proposta apresentada pelo chamado Clube dos 6 (formado por Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino e Flamengo), que ganhou o apoio de Cruzeiro e Ponte Preta.

Nesta segunda, o Vasco também assinou a entrada no grupo. Eles oficializaram a união na última terça-feira e agora trabalham por mais adesões e por refinar o estatuto.

Foi nesse último encontro que ficou pré-estabelecido que a próxima reunião seria no dia 12, o que não deve mais acontecer.

A grande divergência dos clubes está no campo financeiro, especialmente na divisão de receitas, mas também há desentendimentos no campo de peso político dos votos e em outras questões explicadas pela coluna neste texto.

 

Leia a carta na íntegra:

“Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.

É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.

Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).

Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:

(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;

(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;

(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.

Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.

Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.

O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.”

Fonte: Midia News

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