Mãe diz que filho autista sofreu descriminação em escolinha de futebol

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Reprodução
CAMARA VG

Uma mãe denunciou que o filho de 4 anos não foi admitido na escolinha de futebol Meninos da Vila Cuiabá, ligada ao Santos, por ser portador do transtorno do espectro autista.

A mãe, que preferiu não se identificar para não expor a criança, relatou ao MidiaNews que seu filho havia feito uma aula experimental no clube na semana passada e já havia acertado por WhatsApp a relação de documentos para fazer a matrícula.

No entanto, quando voltou na escola nesta segunda-feira (16) disse ter sido surpreendida ao se deparar com a notícia de que a turma que seu filho entraria já estava cheia e, com isso, ele não poderia participar as aulas.

“Falei para o professor que ele tinha o espectro autista e estava colocando ele lá para inclusão por ser uma atividade compartilhada”, explica.

“Daquele dia [da aula experimental] percebi que o professor não tinha gostado. Quando fui efetuar a matrícula, eles falaram que não tinha como porque já havia completado o grupo, que os pais estavam reclamando de muitas crianças, sendo que quando não sabiam que ele era autista estava tudo certo”, acrescenta.

A reportagem entrou em contato com a escolinha e conseguiu falar com a secretária Graci Chaves. Ela negou a acusação que a escola tenha descriminado a criança e confirmou que a matrícula não pôde ser efetuada porque o grupo já estava completo.

Em sua versão, a funcionária relata que a mãe havia procurado primeiro a unidade Pantanal para que o menor fizesse a aula experimental. No entanto, por ser composta por grupos de meninos maiores, a criança não se adaptou.

A secretária conta que a própria equipe da escola direcionou a responsável e seu filho para a unidade do Bairro Jardim Universitário, onde os alunos atendidos tinham idades entre 4 e 6 anos, na intenção de trazer uma melhor experiência ao menor.

No local ele fez uma nova aula experimental, assim como foi informado pela mãe, e a responsável teria ficado satisfeita com a adaptação do filho, segundo a secretária, prometendo fazer a matrícula logo em seguida.

Porém, após o encaminhamento da lista de documentos, a responsável não teria voltado na escola para concluir a matrícula, retornando apenas nesta segunda, quando outros pais já haviam alistado seus filhos nas últimas vagas restantes.

“Nós trabalhamos com todos os tipos de criança. Na escola já há crianças com autismo, microcefalia e não fazemos diferença. Sabemos que todos precisam de atenção, cuidado”, afirma Graci.

Ela conta que a administração esperou que mãe voltasse na semana passada para matricular seu filho, mas como ela não apareceu, o grupo acabou sendo preenchido naturalmente devido à demora.

Já a mãe afirma que sentiu um tratamento diferente com o filho e alegou que “desconfiava” que ele não seria aceito após a informação de que ele seria portador de autismo.

“Começaram a perguntar qual era o nível de autismo que ele foi classificado. Mostraram para mim ontem que era difícil incluí-lo nesse grupo de crianças normais e eu fiquei revoltada’, relata.

“Para mim foi muito constrangedor, nunca passei por uma situação assim. Já tinha ouvido relatos, mas nunca passado na própria pele”, finaliza.

Fonte: Midia News

 

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