Conheça Inaleia Ferreira, única mulher convocada a participar do mundial de Muay Thay

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Foto: Arquivo Pessoal
CAMARA VG

Se apenas uma palavra pudesse representar a vida da campeã mundial de Muay Thay, Inaleia Ferreira, 42 anos, essa palavra seria lutar. Vinda de uma família humilde, a vida da goiana daria um filme digno de Oscar.

Hoje com 21 títulos conquistados e um cinturão, Inaleia foi a única mulher do Brasil a ser convocada para integrar a seleção brasileira de Muay Thay e Kickboxing no campeonato mundial que será disputado no País de Gales, entre os dias 29 de outubro a 5 de novembro. Ao lado de 11 atletas homens, ela representará o país contra as melhores lutadoras do mundo na categoria até 65kg.

Para ela é uma honra ser reconhecida pelos anos de treino, dedicação e amor ao esporte. Porém, algo que ainda a incomoda muito é o machismo que as atletas enfrentam durante a vida. Em entrevista ao Leiagora, Inaleia conta que mesmo com tantos títulos, ela ainda não é paga pelas vitórias.

“É uma honra ser convocada, mas ao mesmo tempo é uma pena ser só eu de mulher. A seleção podia estar bem misturada, mas é muito difícil. A maioria das mulheres desistem. Se são filhas, os pais desistem, os maridos não apoiam, como eu fui expulsa de casa quando comecei a disputar o esporte. As mulheres precisam de apoio da família, das mães e dos esposos. Ou a gente mete a cara sem medo ou a gente não faz. O machismo é muito grande”, destaca.

Com um cartel de vitórias que vai desde quatro campeonatos estaduais, Copa do Brasil, campeã mundial na Tailândia, país berço do Muay Thay, e campeã War Fight em 2019, ela conta que até hoje somente os campeonatos masculinos realizam pagamento em dinheiro. “As pessoas acham que eu ganho rios de dinheiro, mas eu nunca participei de luta paga. Eles pagam dinheiro para os homens e não para as mulheres”.

Correndo contra o tempo, ela agora divide as horas de treino com as aulas que ministra na própria academia e as tentativas de encontrar patrocínio para encarar o mundial deste ano. Atualmente ela divulga o trabalho na internet e com a ajuda da filha, Izis Atalaia, elas produziram um portifólio para espalhar em empresas que queiram ajudar a levar a atleta para disputar o mundial. Ao todo, a atleta busca um patrocínio no valor de R$ 12 mil.

FONTE:LEIA GORA

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