Pesquisa da UFMT investiga sequelas da covid longa na população de Cuiabá

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Passados mais de dois anos desde a chegada da pandemia de covid-19 em vários países, o mundo já sente o alívio das sucessivas quedas nos números de casos e mortes pela doença, graças à imunização da população. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que boa parte do Brasil já chegou a patamares pré-epidêmicos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).

 

Mesmo assim, as sequelas deixadas pela infecção ainda preocupam, especialmente para aqueles que desenvolveram a chamada ‘covid longa’. É com base em casos assim que uma doutoranda da Universidade Federal de Mato Grosso tem desenvolvido um estudo junto à população da capital Cuiabá. Roseany Patrícia da Silva Rocha busca entender os impactos que a infecção pode gerar na vida das pessoas nas diferentes classes sociais.

 

Orientada pela professora Ana Paula Muraro, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública , a pesquisadora explica que o trabalho contribui de forma significativa para ações concretas por parte do poder Executivo na criação de programas que ajudem no diagnóstico e tratamento da ‘covid longa’ em Mato Grosso. “Não temos ainda nenhuma política ou iniciativa nacional para esses casos. Desta forma, a população e os grupos mais vulneráveis podem estar encontrando dificuldades para tratar as consequências a longo prazo da doença e enfrentando impactos importantes na sua vida” destacou Roseany Patrícia.

 

As análises estão sendo realizadas, principalmente o mapeamento das pessoas com covid longa em Cuiabá estão em fase de monitoramento e os dados obtidos são promissores, no sentido de compreender os impactos da doença na vida das pessoas.  Segundo a professora Ana Paula Muraro, “há uma invisibilidade das sequelas da covid e seu impacto na vida da população, para melhor compreender esse complexo problema, precisamos investir em pesquisa”.

 

Fake news impactaram na campanha de vacinação

 

Para a doutoranda os dados preliminares obtidos mostram que a vacina foi primordial para a minimização das sequelas da covid longa em Mato Grosso, e que infelizmente as falsas notícias publicadas na tentativa de desqualificação da vacina impactaram a campanha de vacinação no estado.  A pesquisadora destaca ainda que o Estado de Mato Grosso vem acompanhando os casos de covid longa e fornecendo tratamento para essas pessoas.

 

“Houve grande polarização da discussão sobre a covid-19, foi notável a produção em larga escala de fake news sobre a vacina de maneira deliberada e intencional, com o objetivo de enganar, manipular, ludibriar e negar a eficácia da vacina, isso tudo por razões políticas e econômicas. Verificamos que a não vacinação foi maior entre os mais jovens, entre as razões pode estar o fato de ser menor a proporção de casos graves nessa faixa etária. Entre os objetivos da pesquisa está justamente avaliar se a prevalência de covid longa apresenta diferença após 6 e 12 meses da alta hospitalar de acordo com a imunização”, ressalta a pesquisadora. .

FONTE:PNB ONLINE

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