UFMT suspende bolsas de auxílio estudantil após congelamento decretado por Bolsonaro

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CAMARA VG

Centenas de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foram informados nesta terça-feira (06.12) que não há previsão para o recebimento do pagamento de suas bolsas. Um despacho da Pró-Reitoria de Administração e Infraestrutura (Proadi) informa que a instituição não recebeu verba para a quitação dos auxílios.

 

Conforme a gerente de execução financeira da UFMT, Heliaure Silva, a suspensão do pagamento se deu em razão do congelamento de verbas decretado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) na semana passada. O texto do decreto diz que não há mais “limite de pagamentos das despesas discricionárias” que “não será possível” ao ministério “efetuar novas liberações de recursos para as despesas discricionárias durante o mês de dezembro”. Desde então, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que está tentando com o Ministério da Economia a ampliação do limite de pagamentos.

 

Atualmente, a UFMT, por meio da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE), oferece a estudantes bolsas de assistência estudantil que têm o objetivo de favorecer o acesso e a permanência dos estudantes no ensino superior, de modo a contribuir com o desempenho acadêmico e o alcance do diploma universitário. As bolsas são destinadas a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

 

Como conta a estudante de Jornalismo, Vanessa Araújo, os auxílios são de grande importância para os universitários como ela, que dependem deles para o pagamento de despesas essenciais para a manutenção da formação acadêmica. “Como não sou daqui e não tenho família em Mato Grosso, preciso me manter com tudo e o aluguel é uma das partes mais importantes. Com os cortes, não sei como realizarei o pagamento dessa despesa, apesar de fazer estágio, o dinheiro não é o suficiente nesse sentido, uma vez que grande parte seria utilizada para o pagamento da moradia”.

 

A situação tem causado preocupação nos estudantes assistidos com bolsas como de auxílio permanência, auxílio moradia e auxílio alimentação. “Acredito que todos os meus colegas que recebem os auxílios estejam tão desesperados quanto eu, isso nos coloca em uma insegurança sem tamanho, imagina não ter um lugar para morar? Essa pode ser a situação de muitos. Enfim, quero acreditar que tudo vai se resolver, mas não deixa de ser desesperador”, afirma Vanessa.

 

Situação preocupa equipe de transição do governo Lula

 

Na semana passada, o MEC chegou a liberar R$ 344 milhões que tinham sido bloqueados das universidades e institutos federais, mas horas depois a Economia vetou novamente. Além dos pagamentos deste ano, há a preocupação com o orçamento do ano que vem. A equipe de transição está incluindo despesas como recomposição para as universidades, merenda escolar, assistência estudantil, bolsas e residência no âmbito da PEC de transição, que deve ser votada nesta quarta-feira.

 

Durante o governo Bolsonaro, o MEC sofreu sucessivos cortes de recursos na educação superior e também na educação básica. Em entrevista ao PNB Online na última semana, a deputada federal, Rosa Neide, relatou um cenário de “terra arrasada” deixada pelo atual governo no MEC. “O que mais preocupa é a questão orçamentária. O que está se investindo hoje na educação é menor do que o que se investia em 2015. Isso é bastante problemático porque precisamos de investimentos na educação tanto na básica quanto na superior”, disse.

 

A redação do PNB Online entrou em contato com a assessoria da UFMT, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

FONTE:PNB ONLINE

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