Sindipetróleo alerta para risco de aumento no valor dos combustíveis a longo prazo

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O diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), Nelson Soares, informou que vê com certa “preocupação” a decisão da Petrobrás em alterar a política de preços para comercialização dos combustíveis.

“Inicialmente, imagina-se que haverá um represamento de preços, ou seja, vai demorar mais para mudar o preço não importando a volatibilidade do mercado internacional para os preços internos, mas a gente vai ter que esperar para ver o que vai acontecer”, disse.

Na avaliação do diretor executivo, a preocupação é que o estoque nacional não supra a demanda de combustíveis do mercado. A partir disso, pode ser criado um cenário em que os importadores terão de repassar reajustes aos consumidores ou, simplesmente, não decidam mais pela importação.

 

“Existe uma preocupação no mercado todo que é em relação à importação de produtos com preços internos mais baratos do que são vendidos lá fora. Isso vai fazer com que os importadores não tragam esse produto e aí a gente precisa saber como a Petrobrás vai resolver o problema do abastecimento no Brasil todo, uma vez que, em torno de 20% a 25% dos produtos que nós consumimos nos postos de combustíveis são necessariamente importados”, destaca.

 

Apesar disso, Nelson Soares não acredita que o governo federal promova intervenções drásticas na Petrobrás com o intuito de conter o preço dos combustíveis.

 

“Vamos aguardar, ainda está muito cedo. Acredito que não vão incorrer no erro que outros governos incorreram de interferir nos preços de mercado levando a Petrobrás a ter prejuízos. Até porque, essa conta nós já vimos e depois quem vai pagar esse prejuízo somos nós. Vamos aguardar do que vai vir pela frente.”

Mudança na política de preço

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) o fim da paridade de preços do petróleo – e dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel – com o dólar e o mercado internacional.

Pela regra em vigor desde 2016, o preço desses produtos no mercado interno acompanha as oscilações internacionais, ou seja, não há intervenção do governo para garantir preços menores.

A Petrobras anunciou o fim desse mecanismo automático.

No cálculo anterior, chamado de Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras considerava o valor do petróleo no mercado global e custos logísticos como o fretamento de navios, as taxas portuárias e o uso dos dutos internos para transporte.

Segundo a nota oficial da Petrobras, a nova “estratégia comercial” usa duas referências de mercado:

o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação”, e o “valor marginal para a Petrobras”.

1 – “O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”, explica o comunicado da Petrobras.

2 – Já o “valor marginal”, segundo a petroleira, é “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.

FONTE:REPÒRTER MT.

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