Pantanal, Floresta Amazônica e Cerrado se encontram na cidade de MT que botou os brancos ‘para correr’

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Foto: Pelos Brasis
CAMARA VG

Olá, viajantes! Hoje temos para contar talvez a história mais fascinante no lugar mais bonito de todos que passamos até aqui desde o começo da viagem de Kombi ‘Pelos Brasis’.

Isso tudo fica em Mato Grosso, a 520 km de Cuiabá, num ponto de encontro entre os biomas do Cerrado, Floresta Amazônica e Pantanal.

Vila Bela da Santíssima Trindade foi a primeira capital do Estado, fundada em 1752, sobre a riqueza dos minérios aqui encontrados pela Coroa Portuguesa.

Acontece que menos de um século depois os colonizadores saíram de lá, com a mudança da capital para Cuiabá iniciada em 1820 e efetivada em 1835. Um grande contingente de negros escravizados ficou no local, mas sem senhores de escravos.

Ou seja, Vila Bela viveu na prática a abolição da escravatura antes do resto do Brasil, já que a Lei Áurea só viria a ser assinada em 1888.

Mas por que os brancos deixaram Vila Bela? A história oficial conta que foram as dificuldades climáticas e as doenças da região que botaram os colonizadores “para correr”.

Com a descoberta de ouro em Cuiabá, a capital acabou sendo transferida e os portugueses abandonaram aquele lugar inóspito, deixando negros para trás.

Há quem defenda que os escravizados não teriam sido levados para poupar gastos, tese cada vez mais contestada, visto que diante do valor de um escravizado à época, muito mais caro seria abrir mão de um deles do que fazer o transporte.

Novas hipóteses levantadas recentemente apontam que a permanência de negros na cidade tende a ser fruto da resistência dos escravizados, que teriam fugido, ou até mesmo se levantado contra a população branca.

Quilombos foram criados na região, o mais célebre é o Quariterê, liderado por Tereza de Benguela.



Fonte: Olhar Direto /  Pelos Brasis 

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