Toffoli vota e faz 5 a 2 contra marco temporal; entenda o que está em jogo para terras indígenas

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Líderes indígenas acompanharam a última sessão que tratou do marco temporal no STF, em 31 de agosto. Foto: Nelson Jr/STF © Fornecido por Estadão
CAMARA VG

Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quarta-feira, 20, o julgamento histórico que pode derrubar a tese do marco temporal, que diz que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. O placar está cinco a dois contra a tese. A votação segue amanhã.

O relator do caso, Edson Fachin, se pronunciou contra o marco temporal, assim como os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli. Os cinco entendem que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa. Os ministros Nunes Marques e André Mendonça votaram a favor da tese.

O julgamento entrou hoje na décima sessão. Toffoli foi o único a votar nesta quarta e defendeu que as demarcações dependem de um vínculo comprovado com o território, mas que esse vínculo não está, necessariamente, na data de promulgação da Constituição.

“É uma controvérsia que é julgada, se nós formos olhar pelo olhar da História, pelos invasores. Nós estamos aqui a julgar a pacificação de uma situação histórica. Nós estamos julgando o destino dos povos originários do nosso País”, defendeu o ministro.

(foto: José Cruz/Agência Brasil)

Manifestações de grupos indígenas e apoiadores ocorrem em todo o País. Lideranças acompanham o julgamento no plenário do STF e também em um telão montado em frente ao tribunal. Esses grupos afirmam que o marco temporal dificultaria a demarcações, porque muitas comunidades foram tiradas de seus territórios por ações do regime militar e de grilheiros, entre outros.

Em paralelo, o Senado Federal se articula para acelerar a votação do tema para se contrapor ao julgamento no STF. O texto, que poderia transformar o marco temporal em lei, já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. A previsão é que o relator, senador Marcos Rogério (PL-RO), que emitiu parecer favorável ao tema, leia o relatório e o submeta a votação também nesta quarta, 20. A proposta de lei que está nas mãos do Senado.

Fonte: Portal MSN 

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