Os problemas causados pelo fechamento total da MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, são imensuráveis. Além de tempo perdido e problema para chegar nas duas cidades, algumas pessoas que não sabiam da interrupção do trânsito estão há mais de horas aguardando a liberação, sem almoço e com possibilidade de perder a carga de pequi, que foi colhida em Chapada para ser vendida em Cuiabá.
Esse é o caso da família de Adriana da Silva Ambrósio. Junto dos filhos e do marido, ela saiu de casa, na capital, às 04h desta terça-feira (26), colheu o fruto em algumas fazendas das imediações da serra de Chapada e na volta para casa foi surpreendida com o trânsito totalmente bloqueado. Segundo ela, todos estão com fome, pois o único alimento que estava armazenado para o almoço acabou azedando.
“Eu trouxe arroz, carne e farinha para a gente almoçar. Mas, ficamos na colheita por mais tempo do que o esperado e a comida estragou. Ficou azeda. Ai quando a gente veio embora o trânsito estava fechado. Não tem nada para vender aqui por perto, então estamos sem comer”, disse a vendedora.
Adriana disse que trabalha com venda de pequi por produção. Por isso não é viável que ela retorne para Cuiabá por meio da rota alternativa que é por Campo Verde e Serra de São Vicente. “Se a gente for pela Água Fria, tem atoleiro. Se for por Campo Verde para nós não é ventajoso. Por isso vamos aguardar pelo menos até 20h. Se não liberar vamos ter que ir pela serra. Mas, por lá a gente não ganha lucro algum da venda do pequi”, completou.
Além de Adriana, várias outras famílias aguardam a liberação do tráfego. Apesar das insistentes notícias de que o desabamento do paredão do Porto do Inferno está causando fechamento do trânsito, muitos motoristas insistem em pegar a estrada. Tanto do lado de Cuiabá quanto do lado de Chapadão estão com filas de carros. “A expectativa é que libere logo”, disse outro motorista que está aguardando há mais de horas na Rodovia MT-251.
A justificativa da Secretaria estadual de Infraestrutura (Sinfra) é que a passagem de veículos nas proximidades do Portão do Inferno causam tripidações e em seguida desmoronamento da parte alta da serra. Para evitar acidentes e incidentes, o trânsito segue fechado.
Segundo o prefeito Osmar Froner, um geólogo de Brasília deve ir ao local para poder dar um parecer se reabre a passagem de veículos ou segue interditado. A chuva e o mau-tempo também dificultam a passagem de veículos.