Acusado de participar de grupo que chicoteou um devedor em Cuiabá, Rafael Geon de Sousa e sua esposa, Thaine Tavares, irmã de alvo do Gaeco por supostamente lavar dinheiro junto com lideranças do Comando Vermelho, estão pedindo à Justiça a restituição de uma série de bens, como dois computadores, duas pistolas e três fuzis. Requerimento é feito no bojo da ação penal da Operação Ativo Oculto, deflagrada em maio de 2023 pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) contra delitos de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores obtidos em decorrência da atividade da facção.
Na ocasião, foram apreendidos duas pistolas, sendo uma marca Jericho II, 9mm, uma Taurus 22mm, e três fuzis, sendo um rifle Winchester 22m e duas carabinas, uma Taurus 22m e uma 9mm. Um macbook apple 2020, um notebook positivo e 2 iphones 14 promax.
Sobre os pix, Thaine alegou que o fez porque o pai dela e Adeilton é pessoa idosa, analfabeta e não possui capacidade de fazer transações bancárias. Para pedir a restituição das armas, o argumento é que todo equipamento bélico apreendido é legal, com a respectiva documentação de registro e posse.
Referente aos bens eletrônicos, o casal alegou que são usados para trabalhar nas duas lojas que administram, para comunicação com os clientes e funcionários, de modo que, apreendidos, prejudicam o desempenho das funções comerciais.
Também sustentam que os aparelhos foram entregues ao Gaeco com as respectivas senhas, sem empecilhos para que os agentes pudessem fazer as perícias necessárias.
No último dia 2, então, por meio da advogada Patrícia Pereira, o casal pediu a restituição dos bens citados, e que o representante do Ministério Público seja ouvido no processo.
Ativo Oculto
Tavares aparece no inquérito da Operação Ativo Oculto, mas ela não foi denunciada, apenas alvo de mandado de busca e apreensão. Consta na denúncia que ela transferiu R$ 73.570,00 à Adeilton, acusado de integrar a organização que lavou milhões ao CV.
Piraim
Rafael chegou a ser preso no âmbito da Operação Piraim. Ele seria responsável por contratar pessoas para cobrar devedores na capital. A ação foi deflagrada no ano passado, após cinco homens serem filmados chicoteando um devedor em plena luz do dia, em Cuiabá. Geon se tornou réu por decisão da juíza Silvana Ferrer Arruda, da 5ª Vara Criminal de Cuiabá, por cárcere privado e concurso material.